Vocês poderiam nos dar alguns apontamentos sobre a evolução espiritual humana?
Joseph.
Meus irmãos, como falar do mal nos soa familiar, mas descrever nossa
caminhada para a presença sublime do Criador ainda nos parece um desafio
e isso ocorre porque já galgamos as etapas mais espinhosas do caminho,
conhecemos o mal, mas ainda estamos muito distantes do nosso destino. É
fácil olhar para baixo, mas muito difícil olhar para cima. A luz ainda
nos cega.
O espírito imortal se origina de um “quantum divino”, a
mônada primordial, daí dizer que temos a centelha de Deus e somos Sua
imagem e semelhança. Essa mônada passa a residir, nascer, em diferentes
formas de vida, de todos os domínios naturais, desde microrganismos, que
vivem por minutos, até os animais ditos “superiores”. Ao Pai nenhuma
forma de vida é superior a outra, visto que todas estão em um longo
caminho que Dele se origina e para Ele converge. Durante esse processo,
que envolve milhares de formas de vida pelo caminho e consome bilhões de
anos, o comportamento instintivo e os sentimentos básicos afloram,
moldando o ser espiritual em desenvolvimento, adquirindo experiências e
desenvolvendo os potenciais latentes.
O período em que a mônada,
em seus estágios iniciais de evolução, permanece na erraticidade é
irrisório e, após a morte da forma de vida que a hospedava, um novo
organismo hospedeiro a recebe. A transferência é quase imediata. Não
existe, praticamente, tempo de erraticidade para as formas mais simples
de manifestação do princípio inteligente.
A descrição da
existência de animais nos planos não físicos, por assim dizer, não é
nova entre vocês. Companheiros sérios, por médiuns diversos, já fizeram
considerações detalhadas sobre a plenitude da vida em diversas esferas e
isso é real. A evolução biológica e espiritual também se processa nas
esferas vibratórias paralelas ao universo físico. A vida e a evolução
encontram caminhos e caminham sempre juntas, em profunda parceria. Em
nosso meio, espécies hoje extintas no plano físico ainda percorrem os
prados e a mônada amplia as suas possibilidades.
Após nascer e
renascer diversas vezes em espécies intelectualmente mais vez mais
complexas, como os primatas e mamíferos aquáticos, a mônada, que há
muito deveria ser chamada de espírito, por ter suas capacidades
individualizadas pelo aprimoramento, passa a viver em outros orbes e
dimensões paralelas do nosso mundo, reencarnam entre os elementais,
seres míticos que povoam as lendas de todos os povos do mundo e que, de
fato, existem. Muitos humanos preferem voltar a viver entre eles,
preparando o crescimento desses irmãos para o renascimento como homens
propriamente ditos.
Os elementais vivem nas dimensões mais
próximas à crosta, em diferentes esferas vibratórias e ali completam o
desenvolvimento das habilidades básicas, desenvolvendo o intelecto e
ampliando o arcabouço moral que caracteriza os “humanos” ao redor do
universo.
No passado, a transição entre os elementais e os
humanos era realizada entre hominídeos pré-humanos, dotados de
consciência ainda fragmentária, revendo os passos que já foram trilhados
por aqueles que deram origem à espécie humana. Essa etapa do processo
não mais ocorre no plano físico terreno, mas em orbes primitivos, que
ainda não deram início ao desenvolvimento de sociedades complexas.
Futuramente,
na condição humana, renascem em povos primitivos tecnologicamente, mas
já plenos em seus atributos de consciência. Não podemos falar que os
povos que apresentam cultura material mais pobre são “espiritualmente
primitivos”, posto que muitos espíritos de grande envergadura, como
Sequoyah e Si’ahl , conhecido como chefe Seattle, entre os índios
norte-americanos, viveram entre esses povos como forma de colaborar para
o contato com a civilização que os envolvia, e o fizeram
brilhantemente. É pobreza espiritual nossa julgá-los pelas aparências.
Gostaria
de deixar bem claro que não existe uma pirâmide evolutiva no sentido
mais estrito, mas caminhos que podem ser percorrido de diferentes
formas, sendo que, quando me refiro a “homens ou humanos”, englobo todas
as espécies que possuem grande capacidade de interação entre seus
indivíduos, consciência de sua existência pessoal e discernimento,
independentemente do formato do corpo físico, que obedece às condições
que imperam em cada planeta onde a vida atingiu níveis de consciência
satisfatoriamente estruturada, como nos alerta o próprio Livro dos
Espíritos. Em muitos desses mundos, a vida floresce apenas nas dimensões
paralelas ao plano físico, de forma que, para vocês, diversos sistemas
planetários podem parecer desertos inóspitos, enquanto para nós, vida
hospitaleira pode ser contemplada.
Fenômenos como esse, somados à
falta de conhecimento científico aí e aqui, geraram muita confusão,
mesmo entre os espíritos, que são homens que perderam o invólucro
carnal, de forma que comunicações abordando a Exobiologia ou
Astrobiologia deixaram de ser encaminhadas para a Terra em função de
orientações da espiritualidade. A maioria dos médiuns não tem condições
de atuar no intercâmbio de assuntos que envolvem rigor científico e os
doutores da lei das academias modernas são ainda mais ácidos do que
aqueles que discutiam a Torah no tempo de Jesus. Contudo, devo colocar
que grandes surpresas aguardam-nos nas décadas que se seguirão.
Cientistas terrenos farão descobertas significativas a respeito do que
eles julgam requisitos para a vida. Acreditamos que o próprio conceito
de “vida” deverá ser modificado com o tempo.
No presente, todos
os encarnados e desencarnados possuem alguma etapa de sua vivência
evolutiva fora do planeta Terra, uma vez que poucas sociedades ditas
“primitivas” sobrevivem e possuem o papel de berços para espíritos
humanos necessitados de conhecer a importância da simplicidade.
Nas
sociedades de caçadores-coletores remanescentes, espíritos de longas
jornadas pelas espécies hominais também estagiam na simplicidade da
floresta como forma de recuperar a humildade e a simplicidade perdidas
em suas existências anteriores, bem como irmãos envolvidos em obsessões
severas, que podem, no seio desses povos, escapar, por algum tempo, da
ação de inimigos que os estavam acompanhando. Assim, não devemos vê-los,
na sua maioria, como entidades que principiam a jornada ao nosso lado.
Muitos nos dariam aula e a literatura universal, nos diversos planos da
vida, é capaz de apresentar palavras de rara beleza saídas da boca
dessas pessoas aparentemente simples.
A humanidade cósmica
caminha, da mesma forma que os espíritos que a compõem, de um planeta
primitivo, como já fomos recentemente, onde entidades egressas de outros
orbes, através de expurgos planetários compulsórios, encarnaram entre
autóctones recém-libertos das amarras que constituíam sua vivência entre
as diferentes espécies animais e entre os seres elementares. Após
milênios, com o desenvolvimento das primeiras sociedades complexas e a
noção de riqueza e poder, o orbe entra na condição de mundo de provas e
expiações, como estamos hoje e logo passaremos à próxima condição, a de
planeta em regeneração. Pessoalmente, acredito que adentramos essa
última condição nos últimos anos, com a instituição dos direitos
universais do homem, na forma de uma constituição planetária, além da
criação de órgãos de gerenciamos e diálogo em âmbito global. Contudo, o
processo apenas engatinha e o conteúdo dos livros precisa ser traduzido
em fatos reais.
Com o desenvolvimento da civilização, as crises
se sucederam e sucederão e o planeta passou a dar sinais claros de que
reajustes eram necessários e urgentes. O governo divino passou a enviar
numerosos missionários, como Siddhartha Gautama (Buda), Confúcio,
Zaratustra, Moisés, Francisco de Assis e, acima de todos, Yeshua, nosso
amado Jesus, líder espiritual do nosso planeta, para dar um rumo para
nossas sociedades em expansão, trazendo diferentes nuances de um código
moral e espiritual.
No caso da Terra, tivemos a honra de receber o
próprio soberano planetário, Jesus, entre nós. E o crucificamos. A
misericórdia divina sempre se fez presente em nossas existências na
carne e fora dela e o ciclo de renovação se acelera com o fim do atual
período evolutivo, que se aproxima de um clímax, com sérias
consequências sobre a maneira com que encaramos o progresso e a vida.
Toda transição é traumática, posto que aglutina elementos de um mundo
anacrônico que não quer passar e de outro que produz o medo do
desconhecido e que parece não chegar, mas chega. Quando e onde? Nem o
Filho sabe exatamente quando o fenômeno se dará, somente o Pai conhece
os detalhes do que virá a acontecer, uma vez que todo o processo
evolutivo depende do desempenho dos seus atores principais, os espíritos
encarnados e desencarnados em aprendizado constante.
Após o
expurgo, que já vem ocorrendo em nosso meio, o planeta e suas
coletividades ingressarão na longa fase de reconstrução da identidade
espiritual e cada indivíduo que o habita, em suas diferentes dimensões,
será chamado ao trabalho de reeducação. Haverá um crescimento assombroso
da tecnologia e se desenvolverá nos homens o respeito pela sua morada
planetária, ao mesmo tempo em que as cicatrizes da destruição por nós
perpetrada no planeta irão se apagando lentamente. Será o nascimento de
uma sociedade mais consciente de tudo que a envolve.
Espera-se
que os primeiros contatos entre humanos e seus vizinhos cósmicos ocorra
nessa fase e acelere ainda mais o desenvolvimento tecnológico e moral de
nossas sociedades, que nessa altura passarão a se encarar de uma forma
mais fraterna e mais distante dos pensamentos imperialistas de poucas
décadas atrás. Os preconceitos motivados por aparências e crendices
deverão desaparecer em função do maior intercâmbio entre os povos e pela
difusão da educação como requisito para o sucesso pessoal e
profissional.
Não pensem que as calamidades naturais deixarão de
existir ou que o clima ficará mais ameno. Isso não ocorrerá. Alguns
espíritos comunicantes e médiuns se equivocam quando falam das
calamidades naturais em curso. Elas sempre ocorreram e se tornaram mais
destacadas em função do crescimento de nossas coletividades e a
fragilidade de nosso modo de vida. Elas representam a face jovem e
mutante do planeta. As mesmas erupções vulcânicas que espalham
destruição por cidades situadas nas encostas de vulcões, também trazem
os elementos químicos indispensáveis à vida. Os mesmos movimentos
tectônicos que provocam tsunamis e terremotos são os responsáveis pelo
rejuvenescimento da face do planeta e por criar condições adequadas para
a tectônica de placas, que distribui o calor do coração planetário à
sua volta. As catástrofes representam, para o planeta, o que o ciclo
encarnação-desencarnação representa para o espírito, ou seja, mudança e
novas perspectivas. Precisamos a aprender mais com a natureza e deixar o
misticismo de lado.
As modificações na biosfera são
consequências de nossos próprios atos e demorarão séculos para
readquirirem o equilíbrio. Quando os espíritos falam de mudanças, os
encarnados pensam logo nas transformações físicas que tomarão o mundo
como palco, mas acreditamos que as principais modificações que ocorrerão
se darão no ambiente psíquico e espiritual do planeta.
O que
observamos e esperamos que ocorra é que, em função da maior
solidariedade entre os povos, o sofrimento das vítimas dessas
catástrofes naturais seja mitigado e, com o desenvolvimento de novas
tecnologias, possamos nos tornar menos susceptíveis a essas ocorrências e
deixemos as áreas de maior risco. Nesse ponto, muitas descrições dignas
de ficção, como as escritas por Júlio Verne, nada mais são do que
“flashes” do desenvolvimento que o mundo hoje apresenta ou logo
contemplará. Seus autores, além de bons escritores, eram, em sua quase
totalidade, médiuns clarividentes ou intuitivos.
Os mundos de
regeneração progridem para coletividades mais estáveis e integradas à
consciência universal que emana de Deus. Quando o coletivo passa a ter
mais importância do que o individual e quando sentimos alegria com a
alegria alheia, entramos na distante condição de sociedades e mundos
felizes, como descrito pela espiritualidade, na codificação do
Espiritismo.
Nos mundos felizes, os encarnados pouco diferem dos
desencarnados, no que concerne à sua sensibilidade e habilidades. Para
os atuais habitantes encarnados da Terra, esses irmãos que vivem nos
mundos felizes seriam considerados espíritos, de forma que teremos que
relativizar o que chamamos de “planos espirituais”. Contudo, antes que a
vida atinja o estágio dos mundos felizes, no final do processo
regenerativo a existência física de cada um na matéria ordinária
perdurará por séculos e milênios, em função de terapias médicas e
regeneração celular, o mesmo período de tempo que permaneceremos na
erraticidade.
A condição dos mundos felizes somente poderá ser
atingida quando a nossa materialidade for vencida. A humanidade, como a
conhecemos, terá de “morrer” para que outra renasça em planos mais
iluminados do que o nosso. Nessa condição, o que poderá ser considerado
encarnado ou desencarnado representará apenas um detalhe, como pode ser
lido no Evangelho Segundo o Espiritismo, quando o assunto da evolução
planetária é contemplado.
Nessa fase, a alternância de vidas nas
esferas de trabalho e esferas de refazimento (5) seguirá a vontade do
próprio espírito e a necessidades de correção de suas imperfeições, que
irão sugerir como e onde deverá se iniciar mais um ciclo entre os
encarnados. Nessa fase, o intercâmbio mediúnico será corriqueiro e
constante, enquanto as religiões irão se tornando cada vez mais
indistinguíveis umas das outras, deixando de lado a estrutura
hierárquica e a fé dogmatizada do passado distante e apresentando uma
estrutura mais fluída e que representa a lenta ascensão em direção a
Deus. Os homens passarão a dar mais valor às semelhanças, que os unem,
do que para as diferenças, que ainda os separam.
No âmago de
nossos corações conseguimos sentir como esses mundos são e o nosso
deverá se tornar e isso como um estímulo para o nosso próprio
crescimento. Com o tempo, a necessidade de mundos mais densos, físicos,
em nossa dimensão do contínuo tempo-espaço, irá se reduzindo e, por fim,
se extinguirá. A civilização, como a conhecemos, precisa agonizar para
que entremos no universo dos mundos plenos, chamados de reinos
angelicais pelos egressos do cristianismo mais tradicional, nos quais os
espíritos comungam diretamente da fonte divina, livres do processo de
renascimento e morte.
Nessas condições, não perdemos a nossa
consciência ou individualidade, mas podemos interagir de diferentes
formas com a criação e com o Criador. Os verdadeiros anjos já se
libertaram da sua humanidade e com ela aprenderam o seu real papel no
universo e passaram a guiar os irmãos que iniciaram a jornada e estão
dando os primeiros passos. Por isso sempre estivemos e estaremos
amparados nesse processo contínuo.
Somente assim, quando os
segredos da criação deixarem de nos limitar e passarmos a sentir
plenamente a presença do Criador é que estamos libertos. Aqui,
costuma-se dizer que nessa fase o Pai comunga com Suas criaturas, as
maravilhas da criação. Bilhões de anos terão transcorrido até que isso
tenha ocorrido conosco.
Estamos, no presente, mais próximos do
começo do que do fim desse caminho, mas os trechos mais difíceis da
jornada já foram atravessados.
Fonte: http://a-nova-realidade.blogspot.pt/