Pela primeira vez, uma equipa de cientistas japoneses mediu
força do desvio para o vermelho gravitacional no topo de um arranha-céus
e descobriram que, lá, o tempo move-se mais depressa do que no solo.
Desde que Albert Einstein publicou a Teoria da Relatividade Geral em
1915, um princípio conhecido como “desvio para o vermelho gravitacional”
tem desempenhado um papel importante na física estelar e na engenharia
espacial. Isto refere-se à forma como o tempo acelera e desacelera,
dependendo da força da gravidade, o que significa que o tempo passa mais rápido no Espaço do que na Terra.
O tempo move-se mais devagar à medida que nos aproximamos de um objeto maciço, como um planeta, graças ao crescente potencial gravitacional.
Isto não é uma novidade e, sem a compreensão desse fenómeno, nunca
teríamos conseguido desenvolver sistemas de navegação baseados em
satélite como o GPS.
No entanto, embora a diferença de tempo entre uma pessoa no solo e um
satélite em órbita tenha sido demonstrada muitas vezes, os
investigadores mediram, pela primeira vez, a força do desvio para o
vermelho gravitacional no topo de um arranha-céus.
Segundo o estudo publicado este mês na revista científica Nature Photonics, os cientistas revelaram que o tempo se move quatro nanossegundos por dia mais rapidamente no topo do Tokyo Skytree, a 450 metros de altura, do que no solo.
O tempo marginalmente acelerado em tal altitude não é uma grande
surpresa, mas o que é significativo neste estudo é que foi realmente
medido, explica o IFLScience. A realização desse cálculo só pode ser alcançada usando um relógio de treliça ótica, que é um equipamento muito caro e volumoso, ocupando frequentemente um laboratório inteiro.
O autor do estudo, Hidetoshi Katori, professor de eletrónica quântica na Universidade de Tóquio, e os seus colegas, conseguiram produzir um dispositivo muito mais pequeno,
aproximadamente do tamanho de um frigorífico comum, que pode fazer
medições de tempo “comparáveis às experiências espaciais” na sua
precisão.
Os autores do estudo declararam que o seu pequeno relógio ótico de rede portátil está “pronto para aplicações em campo”
e esperam ver essa peça de equipamento requintadamente sensível usada
para uma série de usos diferentes. Estes relógios podem ser usados
para “monitorizar mudanças espaço-temporais de geopotenciais causadas
por vulcões ativos ou deformação da crosta”, ajudando assim a prever
terremotos e outros desastres naturais.
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