Cortar o dióxido de carbono não é suficiente para resolver a crise climática, avisaram especialistas, sublinhando que deve ser reduzida rapidamente a emissão de metano para controlar o aumento da temperatura.
Rico em carbono, o gás produzido na pecuária, nos poços de gás de xisto e na extração convencional de petróleo e gás, aquece o planeta de forma muito mais eficaz do que o dióxido de carbono – com um “potencial de aquecimento” 80 vezes maior -, embora tenha uma vida mais curta na atmosfera, noticiou esta sexta-feira o Guardian.
Durwood Zaelke, do IPCC, disse que a única maneira de evitar aumentos de temperatura de 1,5° C acima dos níveis pré-industriais passa por reduzir as emissões de metano. “Cortar o metano é a maior oportunidade para desacelerar o aquecimento entre hoje e 2040”, apontou. “Precisamos ver na Cop26 um reconhecimento desse problema”, frisou.
O corte do metano poderia equilibrar o impacto da eliminação progressiva do carvão, o combustível fóssil responsável pelos aumentos mais acentuados nas emissões dos últimos anos. No entanto, as partículas de enxofre provenientes dessa utilização protegem a Terra de algum aquecimento.
Isso significa que, embora protegesse a Terra a médio e longo prazo, o corte no uso do carvão poderia levar a um aumento do aquecimento. Zaelke referiu que reduzir o metano pode compensar isso.
Os níveis de metano aumentaram acentuadamente nos últimos anos. Dados de satélite mostraram que algumas das principais fontes são os poços russos de petróleo e gás mal administrados. O gás pode ser extraído da perfuração convencional através de técnicas modernas, que praticamente eliminam as emissões “furtivas” ou acidentais.
Zaelke apelou aos governos para considerarem a elaboração de um novo acordo, a par do acordo de Paris, com enfoque no metano, exigindo que os países reduzissem drasticamente as suas emissões.
https://zap.aeiou.pt/cortar-co2-metano-especialistas-423106
Sem comentários:
Enviar um comentário