A maneira como Buzz Aldrin, segundo ser humano a pisar na Lua, descreveu
sua superfície ficou famosa. O astronauta da missão Apollo 11 definiu
aquele ambiente como uma “magnífica desolação”. Mas o solo lunar não é
tão estéril e pobre em recursos como sugere a primeira aparência. A
crosta pode até ser inóspita e poeirenta, mas é só cavar um pouco para
que a história seja outra: é o que sugere um novo estudo publicado na
revista Nature.
A pesquisa indica que há muito mais água enterrada no manto de nosso
satélite natural do que imaginávamos. As primeiras evidências da
presença de água na Lua remontam às amostras de rochas lunares trazidas
de volta à Terra por astronautas das missões Apollo.
Coletadas em depósitos de material vulcânico (sim, a Lua tinha vulcões
ativos há 100 milhões de anos), as pedras continham água residual
incrustada. Isso foi descoberto em 2008, quando as amostras foram
reanalisadas. Um ano depois, a NASA conduziu o impacto controlado da
sonda LCROSS no polo sul lunar e, mais uma vez, uma grande quantidade de
água foi detectada nos detritos resultantes do choque.
Só que, apenas com essas duas peças de um quebra-cabeça extremamente
complexo, não era possível afirmar com convicção que a Lua era uma
grande mina de água. Isso mudou recentemente graças aos dados coletados
pela sonda orbitadora lunar indiana Chandrayaan-1. Um de seus
instrumentos fez o mapeamento da composição mineral da superfície.
HÁ MAIOR CONCENTRAÇÃO DE ÁGUA NAS PARTES COLORIDAS, SOBRETUDO NOS DEPÓSITOS PIROCLÁSTICOS, EM VERMELHO E AMARELO (FOTO: MILLIKEN LAB / BROWN UNIVERSITY)
Com mais estas peças, foi possível ter uma compreensão mais abrangente
do quebra-cabeça — e a conclusão foi que os depósitos vulcânicos ricos
em água estão por toda parte. “Eles estão espalhados pela superfície, o
que nos diz que a água encontrada nas amostras das missões Apollo não é
um ponto fora da curva”, disse em comunicado o pesquisador que liderou o
estudo, Ralph Milliken, da Universidade Brown, nos EUA.
É um indício de que abaixo da camada de poeira, no manto, há água em
abundância. O que ainda não está claro é como essa água toda foi parar
lá.
Dois cenários se sobressaem: ou as moléculas foram “roubadas” da Terra
no impacto catastrófico que formou a Lua, há bilhões de anos, ou então
elas podem ter sido trazidas através de cometas. Mas é certo que o
resultado nos ajudará a compreender melhor a história de nossa
companheira cinzenta. Outra coisa também é certa: futuros colonizadores
lunares não ficarão desidratados.
Fonte: http://ufosonline.blogspot.pt/
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