Duas equipas internacionais de astrónomos publicaram dois
artigos científicos com novas informações sobre a famosa rajada rápida
de rádio FRB20180916B.
No estudo publicado na Astrophysical Journal Letters, os cientistas mediram a radiação das explosões nas frequências mais baixas possíveis. Já no estudo publicado na Nature Astronomy, os investigadores analisaram as explosões detalhadamente.
De acordo com o Phys, os dois artigos científicos fornecem novas informações, mas também levantam questões.
A primeira rajada rápida de rádio (FRB) foi descoberta em 2017, mas, na altura, os cientistas não sabiam o que causava as explosões. Desde 2020, suspeitam de uma conexão com as estrelas de neutrões fortemente magnéticas, conhecidas como magnetares.
A FRB20180916B, uma das mais famosas rajadas rápidas de rádio, foi descoberta em 2018 e está a apenas 500 milhões de anos-luz da Terra. Além de ser a mais próxima a ser estudada, tem um padrão que se repete a cada 16 dias: quatro dias de rajadas, 12 dias de relativo silêncio.
Esta previsibilidade torna-a um objeto ideal para os cientistas estudarem.
Uma equipa liderada por Ziggy Pleunis analisou a rajada com a rede europeia de radiotelescópios LOFAR. Os cientistas sintonizaram as antenas entre 110 e 188 MHz, as frequências mais baixas possíveis do equipamento, e detetaram 18 rajadas.
Esta captura foi inesperada, uma vez que as rajadas rápidas de rádio transmitem em altas frequências. FRB20180916B bate, assim, o recorde de baixa frequência e há ainda a suspeita de que a explosão emita radiação em frequências ainda mais baixas.
Além destes registos, os cientistas concluíram que a emissão foi bastante limpa e chegou mais tarde do que as rajadas com maior emissão de rádio.
“Em momentos distintos, vemos rajadas de rádio com frequências diferentes. Possivelmente, a FRB é parte de uma estrela binária, visão diferente em momentos diferentes de onde essas explosões enormemente poderosas são criadas”, disse Jason Hessels, do Instituto Holandês de Radioastronomia ASTRON e da Universidade de Amesterdão, ao Phys.
No outro estudo, a equipa liderada por Kenzie Nimmo usou a rede europeia de radiotelescópios VLBI, que inclui um dos 12 telescópios Westerbork da ASTRON, em Drenthe, e o telescópio Effelsberg, na Alemanha.
Com estes instrumentos, os investigadores conseguiram observar os melhores detalhes da chamada microestrutura polarizada das erupções.
Os astrónomos viram que o padrão de explosão da FRB20180916B variou de microssegundo a microssegundo. A explicação mais lógica para a variação parece ser a magnetosfera “dançante” que envolve uma estrela de neutrões.
https://zap.aeiou.pt/rajada-rapida-radio-dancante-estrela-395434
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