Em um estudo publicado recentemente, cientistas contam que observaram
a Terra durante o eclipse lunar ocorrido em 20 de janeiro de 2019 e que
se depararam com fenômenos um tanto quanto incomuns. Ao mesmo tempo em
que, utilizando o Hubble, detectaram ozônio na atmosfera de nosso
planeta, indiretamente, capturaram uma luz específica ricochetada no
satélite natural, vista por causa da presença desse elemento na camada
terrestre.
Já que a Lua pôde ser utilizada como uma espécie de
espelho e revelou a novidade, os responsáveis pela pesquisa sugeriram
que o mesmo pode ser aplicado na procura por sinais de vida extraterrestre.
De
acordo com eles, esta foi a primeira vez na qual um eclipse foi
analisado a partir de comprimentos de onda ultravioleta com o suporte de
um telescópio espacial. "Encontrar o gás desta maneira é algo
significante, pois ele é um subproduto fotoquímico do oxigênio
molecular, um subproduto de vida", explica Allison Youngblood, autora
principal do artigo e membro do Laboratory for Atmospheric and Space
Physics.
Primeiro passo
Caso a metodologia funcione em outros corpos
celestes, pode trazer um indicativo forte do potencial de existir algo a
mais em seus territórios – considerando que o ozônio protege a Terra
absorvendo radiação. "Como reconheceríamos um planeta habitável ou
desabitado se o víssemos? Como ele se pareceria com as técnicas que os
astrônomos têm à sua disposição?", questiona Allison.
Claro que
seria necessário mais que um tipo de luz para que descobríssemos que não
estamos sozinhos no Universo. Como ressalta Youngblood, precisamos de
"outras assinaturas espectrais além do ozônio, e essas assinaturas não
podem necessariamente ser vistas na luz ultravioleta." De qualquer
forma, este já é um começo a tanto para o direcionamento de pesquisas.
"É
por isso que é importante desenvolver modelos do espectro da Terra como
referência para categorizar atmosferas de exoplanetas", finaliza a
cientista.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115507-lua-vira-espelho-e-ajuda-na-busca-por-vida-extraterrestre.htm
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