Esta história começa em 1990. Nesse ano, a autarquia de Cádiz
contratou Joaquín García, engenheiro, e nomeou-o diretor técnico da área
ambiental, cargo que manteve até 1996.
Nesse
ano, foi enviado para as Águas de Cádiz com a missão de fiscalizar as
obras da estação de tratamento de águas de La Martona. A ordem foi dada
por Jorge Blas Fernández, atual senador do PP e vice-presidente da
autarquia de Cádiz entre 1995 e 2015.
"Demos-lhe
um escritório no edifício das Águas de Cádiz e ali ficou. Até que um
dia, lembrei-me dele e pensei: Onde estará este homem? Continuará lá?
Estará reformado? Falecido? Como continuava a receber o salário, comecei
a fazer diligências" - explicou, ao jornal "El Mundo", Jorge Blas
Fernández, que avançou com a queixa contra Joaquían García.
Segundo
o responsável, as Águas de Cádiz disseram-lhe então que não sabiam de
nada e que por isso tinham pressuposto que Joaquín García tinha
regressado à autarquia.
Então,
Fernández contactou García diretamente. Disse que nesse dia estava a
tratar de assuntos pessoais. E não me soube dizer onde tinha estado no
dia anterior ou sequer no mês passado.
Tanto na autarquia como nas Águas de Cádiz, Joaquín García não era visto há anos pelos colegas, avança o mesmo jornal.
Ao todo, o "funcionário fantasma" não terá exercido funções entre
1996 e 2010, ano em que começaram a investigar as suas funções,
inicialmente, com o intuito de lhe oferecer uma placa comemorativa por
20 anos de serviço.
Contudo,
a versão do funcionário, entretanto reformado, é outra. Garante que
nunca faltou ao trabalho e que foi vítima de "mobbing", ou seja,
bullying no local de trabalho. Na sua versão, colocaram-no
deliberadamente num local sem nada para fazer. Mas, ao contrário do que
foi acusado, diz ter ido sempre trabalhar, tendo aproveitado o tempo
para colocar a leitura em dia. Sobretudo, obras de Spinoza.
Na
origem do alegado "mobbing" estaria o facto de ser cunhado de um antigo
candidato do PSOE à câmara de Cádiz e a investigação ter sido aberta
por um membro do PP.
Joaquín
Gacía, de 69 anos, acabou por ser condenado a pagar quase 27 mil euros,
correspondentes a um ano de salário líquido, o máximo permitido pela
lei espanhola.
Fonte: http://www.msn.com/pt-pt/noticias/mundial/faltou-ao-trabalho-14-anos-e-ningu%C3%A9m-reparou/ar-BBpqSF5?li=BBoPWjC&ocid=SK2MDHP
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