Medindo quase um campo de futebol, o Bingo (sigla de Baryon Acoustic
Oscillations in Neutral Gas Observations, ou Oscilações Acústicas de
Bárions em Observações de Gases Neutros) pretende ser o primeiro
radiotelescópio a detectar, por rádio, ondas da interação entre átomos e
radiação no início do Universo.
Um dos líderes do projeto é Carlos Alexandre Wuensche de Souza, da
Divisão de Astrofísica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais).
Além do cientista e de outros pesquisadores do Inpe, o projeto conta
com a participação de empresas de São José dos Campos ligadas ao projeto
espacial brasileiro. Elas atuarão na construção do aparelho, que também
contará com tecnologias de fora do país.
O Bingo será construído por um consórcio de entidades brasileiras e
estrangeiras, com liderança de cientistas de universidades e entidades
de pesquisa do Brasil e cooperação de instituições do Reino Unido,
China, Suíça e África do Sul, entre outros países.
A maior parte da construção é financiada pela Fapesp (Fundação de
Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), o que evitou que o projeto
fosse afetado pelos cortes do governo federal na área da ciência.
O Bingo começou a ser projetado em 2016 e a construção deve ser
iniciada em 2020. A previsão é que o radiotelescópio opere em 2022.
“Vamos fazer uma espécie de tomografia do Universo que vai olhar a
distribuição do hidrogênio. Tentaremos entender mais o processo de como a
energia escura atua na dinâmica do Universo”, disse Souza ao blog
‘Tilt’, do Portal UOL.
Bingo será instalado na Serra do Urubu, na Paraíba, longe de metrópoles e fontes de poluição eletromagnética.
Cientistas esperam ‘grande avanço’ nas ciências astronômicas com radiotelescópio
O radiotelescópio deverá detectar e analisar rastros de hidrogênio
neutro –combinação de um elétron e um próton– no Universo. A meta é
entender elementos que ainda intrigam cientistas, como a energia escura,
e permitir um grande avanço astronômico nacional e internacional.
“Contamos com a contribuição de nossos parceiros internacionais,
especialmente as dos pesquisadores do Reino Unido, mas a maior parte da
tecnologia para a construção está sendo desenvolvida aqui no Brasil”,
disse Carlos Alexandre Wuensche de Souza, do Inpe.
A construção da estrutura, dos receptores e das antenas parabólicas é
de responsabilidade da equipe brasileira, com participação de empresas
de São José dos Campos.
Fonte: https://www.ovnihoje.com/2020/01/15/enorme-radiotelescopio-sera-construido-na-paraiba-brasil/
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