Mais de 100 crianças acusadas de práticas de feitiçaria nas províncias
de Cabinda, Zaire, Malanje e Bengo, nos últimos três anos, foram
atiradas aos rios pelos familiares.
A informação foi avançada por uma equipa de investigadores do Centro de Estudos e Investigação em População (CEIP), e citada pelo Jornal de Angola.
O fenómeno “feitiçaria” contra menores constitui um problema social que
tem preocupado os investigadores e as organizações sociais ligadas à
causa. Ndonga Mfuwa, diretor do CEIP, disse ao matutino ter constatado
no terreno que muitos pais e encarregados de educação lançam os filhos e
educandos aos rios para, depois, serem devorados pelos jacarés.
Alguns progenitores, além de acusarem os filhos de serem feiticeiros,
expulsam-nos do seio familiar. Mais tarde, segundo o investigador,
arrependem-se do que fizeram e entram em conflito com as entidades
acolhedoras.
Ndonga Mfuwa explicou que os dados foram obtidos mediante um trabalho
realizado em vários município do país, com destaque para as províncias
do Norte, como Cabinda, Zaire, Uíge, Bengo e Malanje.
Apesar de nestas províncias a população acreditar em feitiçaria, “não
conseguem provar que um determinado individuo é feiticeiro”, disse
Mfuwa, referindo que, das investigações realizadas em algumas regiões do
país, ninguém conseguiu demonstrar, materialmente, a existência do
fenómeno “feitiço”.
O responsável sublinhou ainda que o fenómeno ‘feitiço’ deve ser
combatido para evitar que as crianças se desenvolvam na sociedade de
forma desequilibrada. “Como investigadores, vamos trabalhar com as
autoridades civis e do Estado para pôr termo a este fenómeno.”
Fonte: https://novosinsolitos.blogspot.com/
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