A Orca, uma instalação construída pela empresa Climeworks na Islândia, começou a funcionar esta quarta-feira e vai capturar quatro mil toneladas métricas de dióxido de carbono por ano.
De acordo com o jornal Washington Post, a central, localizada num planalto de lava no sudoeste da Islândia, começou a funcionar esta quarta-feira e, segundo os especialistas, pode vir a desempenhar um papel importante na redução dos gases de efeito de estufa que estão a aquecer o nosso planeta.
A instalação, chamada Orca e cujo principal objetivo é extrair dióxido de carbono (CO2) do ar, é a maior do mundo no seu género, segundo a empresa que a construiu, a Climeworks, pois aumenta a capacidade global da tecnologia em mais de 40%.
Será capaz de eliminar quatro mil toneladas métricas de CO2 por ano, o que, na verdade, ainda se traduz numa ínfima parte daquilo que é necessário. Isto porque, segundo a Agência Internacional de Energia, em 2050, a Humanidade terá de conseguir capturar quase mil milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera, todos os anos, para atingir as metas.
“Este é um mercado que ainda não existe, mas que precisa de ser construído com urgência. Esta central é, na verdade, o modelo para aumentar ainda mais a escala e industrializar esta tecnologia”, disse Christoph Gebald, engenheiro suíço que co-fundou a Climeworks.
Segundo o mesmo jornal, nesta central foram instalados ventiladores do tamanho de uma pessoa numa série de caixas. Estes são os responsáveis por sugar o dióxido de carbono do ar, capturando-o nuns filtros semelhantes a esponjas.
Os filtros são queimados, aproximadamente à mesma temperatura necessária para ferver água, o que liberta o gás. É então que este é misturado com água e bombeado em direção a cavernas de basalto subterrâneas, onde com o tempo vai acabando por arrefecer e se transformar numa pedra cinza escura.
Bombear o CO2 para as profundezas da terra é apenas uma das soluções, recorda o The Post. As empresas de energia podem misturá-lo com hidrogénio para produzir combustível. Os agricultores podem usá-lo para alimentar as suas plantas. Os fabricantes de refrigerantes podem usá-lo para fazer gás. Há mais do que uma opção.
Para já, o principal problema são os custos ainda elevados: cerca de 500 a 700 euros por tonelada métrica. “Se as pessoas ouvirem estes números pela primeira vez, é provável que pensem: ‘Uau, isto é caro’. Mas é sempre uma questão de com o que se está a comparar”, explica Gebald.
O engenheiro exemplifica esta situação com o caso do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que subsidia carros elétricos em torno de 380 a 420 euros por tonelada de emissões de carbono economizadas ao longo da vida útil esperada do veículo.
A longo prazo, o suíço acredita que os preços podem baixar, tendo em vista que, em 2030, andem à volta dos 170 a 250 euros por tonelada. No final dessa década, Gebald acha que será metade disso.
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