Um jornalista e um ativista indianos
estão presos desde o dia 13 de maio por terem feito publicações no
Facebook a criticar o partido do primeiro-ministro Narendra Modi por
recomendar esterco e urina de vaca como remédios para a covid-19.
“Foi traumático para os meus pais”, disse o irmão do ativista Erendro Leichombam, em declarações à VICE. “Os policias empurraram a minha mãe enquanto faziam a detenção”.
Também
o jornalista Kishorechandra Wangkhem foi detido à mesma hora, no estado
indiano de Manipur. A mulher e os três filhos de Wangkhem assistiram à
detenção violenta.
“A
minha filha de três anos fez cocó no pijama e começou a chorar enquanto
o meu filho de sete anos tentava acalmá-la”, disse a esposa de Wangkhem
à VICE.
Esta
não é a primeira vez que estes dois indianos se veem em problemas
devido a críticas ao partido que lidera a Índia. Desta vez, foram presos
com base numa antiga lei colonial que dá ao Estado poderes para prender
e deter suspeitos por até 12 meses, mesmo sem uma acusação formal ou
julgamento.
Os
dois arguidos são defendidos pelo mesmo advogado, Chongtham Victor, que
já recorreu da decisão, apontando para uma violação dos direitos
constitucionais à liberdade de expressão.
Na
publicação de Leichombam no Facebook lia-se: “A cura para o corona não é
estrume de vaca e urina de vaca. A cura é a ciência e o bom senso”. Por
sua vez, a publicação de Wanghem dizia que esterco de vaca e urina não
funcionam como curas para a covid-19.
Num
vídeo divulgado nas redes sociais, um membro do Bharatiya Janata Party
(BJP), o partido que governa na Índia, alegou que beber urina de vaca
protegeu-o do coronavírus.
As
vacas são sagradas no hinduísmo, e os produtos feitos das suas fezes e
da sua urina são frequentemente apresentados como antídotos para
doenças, incluindo a covid-19.
https://zap.aeiou.pt/presos-fezes-urina-vaca-cura-covid-414183
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