Um novo estudo sugere que os cometas de outros sistemas estelares, como o Borisov 2019, passam perto do Sol com mais frequência do que se pensava.
De acordo com o site Live Science, o estudo, baseado nos dados recolhidos quando o Borisov passou pela Terra a uma distância de cerca de 300 milhões de quilómetros em 2019, sugere que a Nuvem de Oort pode estar cheia de objetos que nasceram em torno de outras estrelas.
Na verdade, os autores da investigação sugerem até que esta nuvem, uma espécie de repositório de asteroides, cometas e outros fragmentos no nosso Sistema Solar mais distante, pode conter mais material interestelar do que doméstico.
“Com base na distância em que o Borisov foi detetado, estimámos a abundância local implícita de cometas interestelares, tal como a abundância de objetos semelhantes ao Oumuamua foi calibrada pela deteção do próprio Oumuamua“, explicou ao site Space.com Amir Siraj, estudante de Astronomia da Universidade de Harvard e autor principal do estudo publicado, a 23 de agosto, na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
O chamado método de Poisson, usado por esta equipa de astrónomos, calcula a probabilidade de um evento acontecer num intervalo fixo de tempo e espaço desde o último evento.
Tendo em consideração a força gravitacional do Sol, Siraj e o co-autor do estudo Avi Loeb, astrónomo na mesma universidade norte-americana, foram capazes de estimar a probabilidade de um cometa interestelar se aproximar da Terra. A dupla descobriu que o número de cometas interestelares que passam pelo Sistema Solar aumenta com a distância do Sol.
“Concluímos que, nos confins do Sistema Solar, e mesmo considerando as grandes incertezas associadas à abundância de objetos parecidos com o Borisov, os cometas interestelares transitórios devem superar os objetos da Nuvem de Oort (cometas do nosso próprio Sistema Solar)”, acrescentou Siraj.
Então, porque é que os astrónomos ainda só viram um cometa interestelar? A resposta está na tecnologia. Os telescópios só há pouco tempo se tornaram poderosos o suficiente para serem capazes de localizar estes corpos pequenos, mas extremamente rápidos.
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