As anãs castanhas não são exatamente estrelas, nem planetas, e um novo estudo sugere que pode haver mais à espreita na nossa galáxia do que os cientistas pensavam.
No comunicado publicado pelo Jet Propulsion Laboratory, da NASA, explica-se que o novo estudo oferece uma explicação “tentadora” sobre um objeto cósmico peculiar chamado WISEA J153429.75-104303.3, também apelidado de “O Acidente”.
Este “acidente” é uma anã castanha, ou seja, um corpo celeste que, embora se forme como uma estrela, não tem massa suficiente para iniciar a fusão nuclear que faz com que as estrelas brilhem.
O corpo celeste ganhou este nome original depois de ter sido descoberto por acaso. Até então, tinha escapado porque não se parece com nenhuma das pouco mais de duas mil anãs castanhas que foram encontradas na nossa galáxia até agora.
“Este objeto desafiou todas as nossas expectativas“, disse, na mesma nota, Davy Kirkpatrick, astrofísico do IPAC do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e um dos autores do estudo publicado, no final de junho, na revista científica The Astrophysical Journal Letters.
A equipa considera que “O Acidente” pode ter entre 10 mil milhões a 13 mil milhões de anos, pelo menos o dobro da idade média de outras anãs castanhas conhecidas. Isto significa que se teria formado quando a nossa galáxia era muito mais jovem e tinha uma composição química diferente. Se for esse o caso, provavelmente há muitas mais destas anãs castanhas antigas à espreita na nossa “vizinhança galáctica”.
Tendo determinado a distância do objeto – cerca de 50 anos-luz da Terra – os cientistas perceberam que se move rapidamente, a cerca de 800 quilómetros por hora. Isto também é muito mais rápido do que a velocidade de todas as outras anãs castanhas conhecidas por estarem a esta distância da Terra.
“Esperávamos que anãs castanhas tão antigas como esta existissem, mas também esperávamos que fossem incrivelmente raras. A possibilidade de encontrar uma tão perto do Sistema Solar pode ser uma coincidência feliz, ou diz-nos que são mais comuns do que pensávamos”, disse Federico Marocco, também astrofísico do IPAC e outro dos autores do estudo.
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