Do-Dodonpa, conhecida como a montanha russa mais rápida do mundo, foi obrigada a deixar de funcionar depois de vários utilizadores sofrerem fraturas ósseas.
O parque de diversões Fuji-Q Highland, que se situa no Japão, e alberga o divertimento, revelou que quatro clientes se queixaram de ter ficado com ossos partidos depois de andarem na montanha russa. Os casos ocorreram entre dezembro de 2020 e agosto de 2021.
As fraturas foram sobretudo detetadas na zona do pescoço e tórax. De acordo com o governo regional, os incidentes ocorreram em homens e mulheres entre os 30 e 50 anos, sendo que todos tiveram “ferimentos significativos”.
No seguimento das queixas, o parque temático optou por fechar a atração “devido a uma revisão da segurança”, porém acrescentou que “a relação causal entre lesões e a máquina de diversão ainda não foi confirmada”, cita a CNN.
A empresa de diversões frisou ainda que os incidentes são os primeiros a serem relatados desde que a atração começou a funcionar, há duas décadas.
Por sua vez, a Sansei Technologies, a empresa que construiu a montanha russa, pediu desculpa a todos os utilizadores que acabaram por ficar feridos, mas veio realçar o que já tinha sido dito pelo parque temático: a ligação entre os ferimentos e o divertimento “não está confirmada”, acrescentando que se encontra a aguardar a conclusão de uma investigação.
Acidentes graves que envolvem montanhas russas são extremamente raros no Japão. A última morte nestas circunstâncias ocorreu em 2007, quando um eixo se soltou durante uma viagem no parque de diversões Expoland, em Osaka, fazendo com que o comboio colidisse com um corrimão.
Naoya Miyasato, professora de arquitetura da Nihon University, que estuda o design de montanhas russas, sublinha que situações em que as pessoas acabam com ossos partidos são muito raras. “Os projetos de montanhas russas devem atender aos padrões aprovados pelo governo. Haver vários acidentes semelhantes é incomum”, referiu ao VICE.
Embora o governo japonês não tenha encontrado nenhuma razão óbvia para estes ferimentos, Miyasato afirma que por trás dos acidentes pode estar um problema relacionado à rápida aceleração da montanha russa. No seu pico, a aceleração é três vezes superior à força da gravidade, o que é comparável à experiência dos astronautas durante o lançamento de um foguetão, comparou a especialista.
“Se um utilizador não consegue assimilar essa aceleração sofre uma lesão, o que pode ser o que está a acontecer aqui”, explicou. Contudo, além da velocidade de aceleração da montanha-russa, Miyasato refere que a forma como os passageiros se sentam pode ser um fator que está a influenciar os acidentes.
Inaugurada em 2001, a atração do parque Fuji-Q Highland foi renovada em 2017 e é capaz de ir dos 0 aos 180 km/h em apenas 1,56 segundos.
No Japão, apesar do grande impacto da pandemia de covid-19, e de um aumento recente de casos, os parques temáticos estão abertos desde junho de 2020.
No entanto, Fuji-Q Highland está entre os parques que está a procurar limitar o número de visitantes, reabrindo apenas as atrações ao ar livre.
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