As variantes britânica e californiana do SARS-CoV-2, o vírus causador da covid-19, aparentam ter-se fundido num híbrido altamente mutante.
A combinação dos dois genomas foi encontrada na Califórnia, nos Estados Unidos, por Bette Korber, do Laboratório Nacional de Los Alamos.
Segundo a New Scientist, o híbrido é resultado da variante B.1.1.7, descoberta no Reino Unido, e da variante B.1.429, descoberta precisamente na Califórnia. A confirmar-se, esta será a primeira fusão de duas variantes a ser detetada nesta pandemia. Os investigadores não se mostram surpreendidos, já que isto é comum nos coronavírus.
A recombinação pode ser de grande importância evolutiva, de acordo com François Balloux, da University College London. É considerada por muitos como a origem do SARS-CoV-2. No pior dos casos, pode levar ao surgimento de novas e ainda mais perigosas variantes.
Korber apenas encontrou um caso desta recombinação e não sabe se o vírus está a ser transmitido de humano para humano. “Este tipo de evento pode permitir que o coronavírus tenha acoplado um vírus mais infeccioso a um vírus mais resistente”, disse a cientista.
O recente surgimento de múltiplas variantes do novo coronavírus pode ter criado a matéria-prima para a recombinação, porque as pessoas podem ser infetadas com duas variantes diferentes ao mesmo tempo.
“Podemos estar a chegar ao ponto em que isto está a acontecer a um ritmo considerável”, diz Sergei Pond, da Temple University, na Pensilvânia, em declarações à New Scientist. “Todos os coronavírus se recombinam, por isso é uma questão de quando, não se”.
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