Uma equipa internacional de cientistas descobriu acidentalmente, no sul da China, o fóssil terrestre mais antigo já alguma vez encontrado, sendo cerca de três vezes mais velho do que o mais antigo fóssil de dinossauro.
De acordo com o site Science Alert, a investigação ainda se encontra em curso e as suas observações terão ainda de ser verificadas, mas os investigadores argumentam que os “dedos” longos e finos deste organismo se parecem muito com fungos.
Seja o que for, este eucariota parece ter-se fossilizado há cerca de 635 milhões de anos, exatamente quando o nosso planeta estava a recuperar de uma era glacial global. Nesta época, a Terra parecia uma grande bola de neve e, então, numa espécie de “flash” geológico, o mundo começou a descongelar de forma inexplicável, permitindo que a vida prosperasse na terra pela primeira vez.
Os fungos podem ter sido uma das primeiras formas de vida a colonizar este espaço. E a data deste novo microfóssil apoia a ideia emergente de que alguns organismos semelhantes trocaram os oceanos por uma vida na terra mesmo antes das plantas. Na verdade, essa transição pode até ter sido o que ajudou o nosso planeta a recuperar-se desta idade do gelo catastrófica.
s formas de vida semelhantes a fungos podem até mesmo ter-se aliado a outros micro-organismos terrestres, que também eram comuns naquela época, como cianobactérias ou algas verdes.
Em terra, podem até ter ajudado a desenterrar minerais de argila para sequestro de carbono no solo do nosso planeta, tornando o ambiente fértil para plantas e animais e possivelmente mudando a própria atmosfera.
“Assim, estes micro-organismos semelhantes a fungos de Doushantuo, por mais enigmáticos que fossem, podem ter desempenhado um papel na catalisação da oxigenação atmosférica e da evolução biosférica no rescaldo da glaciação global do Criogeniano”, concluem os autores.
https://zap.aeiou.pt/microfossil-635-milhoes-anos-377323
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