Um novo estudo sugere que o planeta Terra está a refletir menos luz e não é tão brilhante como antes, à medida que o clima continua a mudar.
Segundo o site Live Science, a pesquisa baseia-se em duas décadas de observações do fenómeno “earthshine” (a luz que a Terra reflete na superfície do lado escuro da Lua), bem como em observações de satélite da refletividade da Terra (albedo) e do brilho do Sol.
Mais concretamente, cientistas do Big Bear Solar Observatory, na Califórnia, têm estudado como este “earthshine” flutua desde 1998, procurando mudanças em escalas de tempo que vão de dias a décadas. A equipa combinou estes dados com observações do projeto CERES (Clouds and the Earth’s Radiant Energy System) da NASA, que opera desde 1997.
“Quando se olha para um quarto da Lua, é possível vê-la inteira porque três quartos dela são iluminados por essa luz fantasmagórica. Na verdade, é a luz do Sol refletida na Terra, e é isso que está a ficar mais escuro”, explicou Philip Goode, cientista do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey e principal autor do estudo, citado pela CNN.
Num período de duas décadas, a quantidade de luz refletida pelo planeta Terra caiu cerca de 0,5%. A grande parte desta mudança ocorreu nos últimos três anos do conjunto de dados do “earthshine”, que os investigadores analisaram até 2017. Os dados do CERES continuaram até 2019 e mostraram um declínio ainda mais acentuado no seu final.
Durante este tempo, determinaram ainda os cientistas, o brilho do Sol – que passou por dois períodos de atividade máxima e um período mais calmo durante a pesquisa – não se conectou significativamente ao mergulho na refletância. Portanto, concluíram que a alteração na quantidade de luz que a Terra está a refletir deve vir de uma mudança na própria Terra.
“Quando analisamos os dados dos últimos três anos, parecia diferente. A refletância tinha diminuído visivelmente. Até pensamos que tínhamos feito algo errado, mas refizemos tudo várias vezes e descobrimos que estava correto”, disse ainda Goode.
Em particular, os dados do CERES notaram uma perda de nuvens de baixa altitude sobre o leste do Oceano Pacífico, onde os cientistas também estão a registar aumentos acentuados de temperatura na superfície do oceano.
Segundo o mesmo site, como a luz não refletida para o Espaço fica presa no sistema terrestre, a mudança no brilho também tem implicações para o futuro do clima, potencialmente aumentando o ritmo das alterações climáticas causadas pelo Homem.
https://zap.aeiou.pt/alteracoes-climaticas-escurecer-a-terra-436401
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