Jean-Marc Sauvé disse que as investigações tinham revelado entre 2.900 e 3.200 padres pedófilos ou outros membros da igreja, acrescentando que se tratava de “uma estimativa mínima”.
O presidente da comissão nacional de investigação da criminalidade pedófila na Igreja em França, disse, este domingo, ter havido “entre 2.900 e 3.200 criminosos pedófilos”, homens – padres ou religiosos – na Igreja Católica no país desde 1950.
“É uma estimativa mínima”, baseada no censo e na análise dos arquivos (Igreja, justiça, polícia judiciária e imprensa) e nos testemunhos recebidos por este organismo, afirmou Jean-Marc Sauvé à France-Presse (AFP).
Ao longo deste período de 70 anos a população geral de padres ou de religiosos no país cifra-se nos 115.000.
Após dois anos e meio de trabalho, a Comissão Independente sobre o Abuso Sexual na Igreja (ICAS) publicará as suas conclusões na terça-feira num relatório que acabará por chegar às “2.500 páginas”, disse.
O relatório dará uma visão quantitativa do fenómeno, incluindo o número de vítimas. Irá comparar a prevalência da violência sexual na Igreja com a identificada noutras instituições (associações desportivas, escolas) e no círculo familiar e avaliar os “mecanismos, particularmente institucionais e culturais”.
Vão ser apresentadas 45 propostas.
A comissão, composta por 22 profissionais do direito, médicos, historiadores, sociólogos e teólogos, foi criada em 2018 após o Papa Francisco ter aprovado uma medida histórica que obrigava as pessoas que tinham conhecimento de abusos na igreja a denunciá-los aos seus superiores hierárquicos.
Citados pelo The Guardian, o sociólogo Philippe Portier prometeu que o relatório “não seria fácil para ninguém” e Olivier Savignac, da associação de vítimas Parler et Revivre, disse que “teria o efeito de uma bomba“.
https://zap.aeiou.pt/2-900-e-3-200-pedofilos-igreja-francesa-435990
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