Já se conheciam planetas que fazem órbita a duas estrelas simultaneamente, mas encontrar planetas circumtriplos – que orbitam três – tem sido difícil, apesar das estimativas de que o fenómeno até é comum.
Chama-se GW Ori e é um sistema de estrelas a 1300 anos-luz da Terra, na constelação Orion. Está rodeado por um enorme disco de poeira e de gás, uma característica comum em sistemas de estrelas recentes que estão a formar planetas.
Mas o GW Ori não é um sistema qualquer. Em vez de apenas uma estrela, conta com três, e o seu disco de poeira divide-se em dois, com o anel exterior inclinado no ângulo de 38 graus, escreve o The New York Times.
Há várias hipóteses para o que se pode estar a passar. Uma delas é de que a divisão no disco pode resultar de um ou mais planetas que se formaram no sistema, o que tornaria este o primeiro planeta a ser descoberto que orbita três estrelas ao mesmo tempo, também conhecido como um planeta circumtriplo.
Um estudo publicado em Setembro na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society contraria uma outra tese que argumenta que o torque gravitacional das estrelas é que criou o espaço no círculo de poeira, dizendo que não há turbulência suficiente no disco para que esta explicação se aplique.
A investigadora Alison Young, da Universidade de Leicester, tem argumentado que foram as estrelas a causar a separação no sistema, afirma que observações do telescópio ALMA e do Telescópio Muito Grande no Chile podem finalmente acabar com o debate. “Vamos poder procurar provas directas de um planeta no disco”, disse.
Se alguma forma de vida pudesse existir num planeta gigante gasoso como aquele que estará a orbitar no GW Ori, na verdade não conseguiria ver três “sóis” no céu – viria apenas um par de estrelas mais próximas tão perto um da outra que pareceriam apenas uma única fonte de luz.
No sistema GG Tau A, localizado a cerca de 450 anos-luz da Terra, há também potencial para existir um planeta que orbite três estrelas, mas os cientistas revelam que a separação entre o gás e a poeira no GW Ori torna este segundo exemplo mais convincente.
Se a hipótese se confirmar, o sistema reforçaria a ideia de que a formação de planetas é comum. Vários mundos já conhecidos fazem órbita a duas estrelas – conhecidos como planetas circumbinários -, mas os planetas que andam à volta de três estrelas são mais difíceis de encontrar, apesar das estimativas de que pelo menos um décimo de todas as estrelas se aglomerem em sistemas de três ou mais.
Muitos cientistas também não fecham a porta à possibilidade de virem a ser encontrados planetas que façam órbita a mais estrelas, como quatro, cinco ou até seis, ao mesmo tempo.
https://zap.aeiou.pt/planeta-orbita-tres-estrelas-encontrado-primeiro-435156
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