Com a recente chegada do 50º aniversário dos pousos lunares da Apolo, as pessoas de todo o mundo foram lembradas das realizações notáveis, há meio século, que levaram os humanos a um mundo alienígena. Foi, como o famoso astronauta Neil Armstrong disse, “…um grande salto para a humanidade”.
E, no entanto, também foi apenas um pequeno passo, e não apenas para Armstrong, mas também em termos das futuras missões espaciais da humanidade. Os planos atuais para retornar à Lua foram reiterados pelo vice-presidente Mike Pence, que falou na recente comemoração do “One Giant Leap” (Um Grande Salto), um evento que marcou o 50º aniversário do desembarque da Apolo 11.
Pence disse para uma platéia que incluía o astronauta Buzz Aldrin:
Tenho orgulho de relatar sob a direção do presidente dos Estados Unidos da América, a América retornará à Lua dentro dos próximos cinco anos, e o próximo homem e a primeira mulher na Lua serão astronautas estadunidenses.
Isso só serve para mostrar os momentos emocionantes em que vivemos, e pode não haver campo onde isso seja mais evidente do que no setor aeroespacial, com o atual impulso de empresas privadas como a Blue Origin e outras para levar a humanidade às estrelas.
Além dos muitos benefícios para a humanidade que podem resultar do nosso desejo de avançar ainda mais para o cosmos, há outras descobertas marcantes que poderiam ser feitas também. Indiscutivelmente, o maior deles pode ser o de finalmente aprender a resposta para a velha pergunta: “estamos sozinhos?”
À medida que nossa tecnologia terrestre melhora, muitos astrônomos e astrobiólogos acham que é apenas uma questão de tempo até encontrarmos evidências de “vida lá fora” também, seja por meio de evidências de “assinaturas tecnológicas” (isto é, evidência da vida encontrada através da detecção de tecnologias avançadas que possam estar sendo usadas), ou mesmo da descoberta de formas mais simples de vida durante nossa eventual viagem a outros mundos, seja em viagens tripuladas, ou com a ajuda de sistemas robóticos que enviamos em nosso lugar.
É interessante, portanto, que com todo o interesse na potencial descoberta da vida alienígena, a agência espacial americana (NASA), na verdade, utiliza muito pouco em tecnologias que possam nos ajudar a encontrar a vida lá fora.
Pelo menos esse é o caso, de acordo com Jason Wright, astrônomo da Pennsylvania State University, que recentemente conversou com The Conversation sobre o plano bobo de “invadir a Área 51”, entre outras coisas. (Wright disse que nem tinha ouvido falar sobre o último meme da Área 51 até a AlterNet pergunta-lo sobre isso).
No entanto, muito mais interessante do que a discussão sobre a Área 51 e teorias alienígenas que foram levantadas sobre isso ao longo dos anos, foram os pensamentos de Wright sobre a busca por vida alienígena.
Wright ao The Conversation:
A busca pela vida no Universo é uma grande prioridade para a NASA e para a ciência estadunidense. Muitas de nossas missões a Marte e nossos telescópios espaciais são projetados com a detecção de bioassinaturas em mente – ‘bioassinaturas’ sendo sinais de vida como microfósseis ou evidência de metabolismo nas atmosferas de planetas distantes.
No entanto, Wright também disse que apesar de todo o interesse que existe em encontrar vida alienígena, o financiamento desses programas continua a ser um problema:
Mas apesar dos bilhões de dólares gastos nessas missões, acho que muitos membros do público ficariam surpresos em saber que a NASA e a National Science Foundation gastam perto de nada à procura de vida inteligente no Universo, incluindo a vida tecnológica que, afinal, poderia ser mais fácil de encontrar.
Eu acho que o nível de financiamento para o campo deve ser determinado da maneira como o resto da ciência é, por meio da revisão competitiva de propostas de pesquisa. Então, eu não sei qual é o nível ‘certo’, mas sei que não é zero.
Em um artigo no início deste ano, intitulado “Searches for Technosignatures: The State of the Profession” (“Pesquisas por Assinaturas Tecnológicas: O Estado da Profissão”), Wright pediu mais interesse da NASA e da National Science Foundation em prol da busca por tecnologias de vida alienígena.
Wright argumentou:
A busca pela vida no Universo é um tema importante da astronomia e astrofísica para a próxima década. As pesquisas por assinaturas tecnológicas são complementares às pesquisas por bioassinaturas, pois oferecem um caminho alternativo para a descoberta e abordam a questão de se a vida complexa (ou seja, tecnológica) existe em outros lugares da Galáxia.
Wright argumenta que a agência espacial e outras agências e organizações capazes de liderar o caminho neste campo não o fizeram, em parte devido a estigmas que se tornaram associados à ideia de vida alienígena, e que caminhos poderiam levar à sua eventual descoberta. De acordo com Wright, a NASA evitou o tópico, “como resultado de décadas de passado político, distorção do esforço com tópicos não científicos, como OVNIs, e confusão em relação ao escopo do termo“*SETI”.
[*SETI= Search for Extraterrestrial Intelligence (Procura por Inteligência Extraterrestre)]
SETI, ou a busca por inteligência extraterrestre, permanece um tanto controversa hoje. Embora tenha sido endossado por pessoas como Carl Sagan e muitos outros notáveis defensores da ciência ao longo dos anos, tornou-se uma sombra do esforço outrora ambicioso e coordenado de décadas atrás, e hoje é amplamente financiado de forma independente.
Wright diz:
O Astro2020 Decadal deve abordar [a falta de envolvimento da NASA], tornando o desenvolvimento do campo uma prioridade explícita para a próxima década. Recomenda-se que a NASA e a NSF apoiem o treinamento e o desenvolvimento curricular no campo, de forma a apoiar a equidade e a diversidade e fazer chamadas explícitas para propostas do financiamento de buscas por assinaturas tecnológicas.
Como Wright observa, descobrir a vida alienígena pode exigir um pouco mais do que encontrar evidências de tecnologia alienígena, um processo que pode começar agora mesmo, com tecnologias já à nossa disposição, e sem ter que sair da Terra.
A questão que permanece é se podemos passar da ideia altamente estigmatizada de ‘vida alienígena’ por tempo suficiente para concretizarmos novos e inovadores planos para o futuro. Esses planos são tão importantes quanto quaisquer planos atuais para futuras missões espaciais; e, finalmente, eles poderiam fornecer respostas sobre se estamos realmente sozinhos neste estranho e misterioso Universo.
E, no entanto, também foi apenas um pequeno passo, e não apenas para Armstrong, mas também em termos das futuras missões espaciais da humanidade. Os planos atuais para retornar à Lua foram reiterados pelo vice-presidente Mike Pence, que falou na recente comemoração do “One Giant Leap” (Um Grande Salto), um evento que marcou o 50º aniversário do desembarque da Apolo 11.
Pence disse para uma platéia que incluía o astronauta Buzz Aldrin:
Tenho orgulho de relatar sob a direção do presidente dos Estados Unidos da América, a América retornará à Lua dentro dos próximos cinco anos, e o próximo homem e a primeira mulher na Lua serão astronautas estadunidenses.
Isso só serve para mostrar os momentos emocionantes em que vivemos, e pode não haver campo onde isso seja mais evidente do que no setor aeroespacial, com o atual impulso de empresas privadas como a Blue Origin e outras para levar a humanidade às estrelas.
Além dos muitos benefícios para a humanidade que podem resultar do nosso desejo de avançar ainda mais para o cosmos, há outras descobertas marcantes que poderiam ser feitas também. Indiscutivelmente, o maior deles pode ser o de finalmente aprender a resposta para a velha pergunta: “estamos sozinhos?”
À medida que nossa tecnologia terrestre melhora, muitos astrônomos e astrobiólogos acham que é apenas uma questão de tempo até encontrarmos evidências de “vida lá fora” também, seja por meio de evidências de “assinaturas tecnológicas” (isto é, evidência da vida encontrada através da detecção de tecnologias avançadas que possam estar sendo usadas), ou mesmo da descoberta de formas mais simples de vida durante nossa eventual viagem a outros mundos, seja em viagens tripuladas, ou com a ajuda de sistemas robóticos que enviamos em nosso lugar.
É interessante, portanto, que com todo o interesse na potencial descoberta da vida alienígena, a agência espacial americana (NASA), na verdade, utiliza muito pouco em tecnologias que possam nos ajudar a encontrar a vida lá fora.
Pelo menos esse é o caso, de acordo com Jason Wright, astrônomo da Pennsylvania State University, que recentemente conversou com The Conversation sobre o plano bobo de “invadir a Área 51”, entre outras coisas. (Wright disse que nem tinha ouvido falar sobre o último meme da Área 51 até a AlterNet pergunta-lo sobre isso).
No entanto, muito mais interessante do que a discussão sobre a Área 51 e teorias alienígenas que foram levantadas sobre isso ao longo dos anos, foram os pensamentos de Wright sobre a busca por vida alienígena.
Wright ao The Conversation:
A busca pela vida no Universo é uma grande prioridade para a NASA e para a ciência estadunidense. Muitas de nossas missões a Marte e nossos telescópios espaciais são projetados com a detecção de bioassinaturas em mente – ‘bioassinaturas’ sendo sinais de vida como microfósseis ou evidência de metabolismo nas atmosferas de planetas distantes.
No entanto, Wright também disse que apesar de todo o interesse que existe em encontrar vida alienígena, o financiamento desses programas continua a ser um problema:
Mas apesar dos bilhões de dólares gastos nessas missões, acho que muitos membros do público ficariam surpresos em saber que a NASA e a National Science Foundation gastam perto de nada à procura de vida inteligente no Universo, incluindo a vida tecnológica que, afinal, poderia ser mais fácil de encontrar.
Eu acho que o nível de financiamento para o campo deve ser determinado da maneira como o resto da ciência é, por meio da revisão competitiva de propostas de pesquisa. Então, eu não sei qual é o nível ‘certo’, mas sei que não é zero.
Em um artigo no início deste ano, intitulado “Searches for Technosignatures: The State of the Profession” (“Pesquisas por Assinaturas Tecnológicas: O Estado da Profissão”), Wright pediu mais interesse da NASA e da National Science Foundation em prol da busca por tecnologias de vida alienígena.
Wright argumentou:
A busca pela vida no Universo é um tema importante da astronomia e astrofísica para a próxima década. As pesquisas por assinaturas tecnológicas são complementares às pesquisas por bioassinaturas, pois oferecem um caminho alternativo para a descoberta e abordam a questão de se a vida complexa (ou seja, tecnológica) existe em outros lugares da Galáxia.
Wright argumenta que a agência espacial e outras agências e organizações capazes de liderar o caminho neste campo não o fizeram, em parte devido a estigmas que se tornaram associados à ideia de vida alienígena, e que caminhos poderiam levar à sua eventual descoberta. De acordo com Wright, a NASA evitou o tópico, “como resultado de décadas de passado político, distorção do esforço com tópicos não científicos, como OVNIs, e confusão em relação ao escopo do termo“*SETI”.
[*SETI= Search for Extraterrestrial Intelligence (Procura por Inteligência Extraterrestre)]
SETI, ou a busca por inteligência extraterrestre, permanece um tanto controversa hoje. Embora tenha sido endossado por pessoas como Carl Sagan e muitos outros notáveis defensores da ciência ao longo dos anos, tornou-se uma sombra do esforço outrora ambicioso e coordenado de décadas atrás, e hoje é amplamente financiado de forma independente.
Wright diz:
O Astro2020 Decadal deve abordar [a falta de envolvimento da NASA], tornando o desenvolvimento do campo uma prioridade explícita para a próxima década. Recomenda-se que a NASA e a NSF apoiem o treinamento e o desenvolvimento curricular no campo, de forma a apoiar a equidade e a diversidade e fazer chamadas explícitas para propostas do financiamento de buscas por assinaturas tecnológicas.
Como Wright observa, descobrir a vida alienígena pode exigir um pouco mais do que encontrar evidências de tecnologia alienígena, um processo que pode começar agora mesmo, com tecnologias já à nossa disposição, e sem ter que sair da Terra.
A questão que permanece é se podemos passar da ideia altamente estigmatizada de ‘vida alienígena’ por tempo suficiente para concretizarmos novos e inovadores planos para o futuro. Esses planos são tão importantes quanto quaisquer planos atuais para futuras missões espaciais; e, finalmente, eles poderiam fornecer respostas sobre se estamos realmente sozinhos neste estranho e misterioso Universo.
Fonte: https://www.ovnihoje.com/2019/07/31/nasa-vida-alienigena/
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