Cientistas afirmam que a inscrição de Nazaré não está relacionada com Jesus nem com o Cristianismo, mas sim com um tirano grego chamado Nikias.
Afinal, a inscrição de Nazaré, tábua de mármore que
se pensava ter sido criada depois do desaparecimento do corpo de Jesus
Cristo, está, afinal, relacionada com um tirano grego chamado Nikias,
que governou a ilha de Kos e cuja sepultura foi profanada depois da sua
morte, em 20 A.C., avança a revista Newsweek.
A tábua de mármore, que parece ter sido emitida por um governante
romano identificado como César, tem quase 60 centímetros de altura e
quase 40 de largura. Está escrita em grego, na qual se pode ler que as
pessoas que fossem apanhadas a mexer nas sepulturas seriam sentenciadas à
pena de morte.
A inscrição de Nazaré pertencia a Wilhelm Froehner,
que a comprou em Paris, em 1878, e a guardou na sua coleção privada até
à sua morte. Cinco anos depois, em 1930, o seu conteúdo foi revelado.
As notas do colecionador diziam que o mármore seria originário de
Nazaré, o que, explica a revista, levou à ligação com a morte de Jesus.
Em declarações à Newsweek, Kyle Harper, investigador da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo publicado na revista científica Journal of Archaeological Science: Reports, explica como é que a equipa chegou a esta conclusão.
“O mármore estava muito ligado ao Cristianismo porque Nazaré não é
conhecida por mais nada a não ser Jesus de Nazaré. Andei fascinado com
este mistério vários anos e, por isso, quis juntar-me a outros
cientistas para usar a análise geoquímica para desvendar as origens da pedra”.
A equipa teve acesso a uma amostra do mármore, o que permitiu
rastreá-lo até uma pedreira na ilha grega de Kos. “Tivemos sorte porque
tivemos uma correspondência direta com uma pedreira de mármore bastante
incomum — não um dos grandes centros de exportação do Mediterrâneo — e
de onde conhecemos uma pessoa famosa cujo túmulo foi escandalosamente profanado [Nikias]”, explica Harper.
Os investigadores acreditam que a inscrição foi provavelmente emitida
pelo Imperador Augusto, após o incidente com o túmulo, “para
estabelecer a lei e a ordem no Mediterrâneo Oriental nos anos a seguir à
derrota de Marco António e de Cleópatra na Batalha de Áccio”.
Fonte: https://zap.aeiou.pt/inscricao-nazare-nao-tem-nada-ver-jesus-311947
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