Mercúrio é um planeta pequeno, o menor entre os planetas do sistema
solar. Na verdade, o seu tamanho é apenas um terço do tamanho da Terra.
Assim, este só se qualifica como um planeta devido à sua proximidade com
o Sol. Mas o seu campo magnético é que intriga os cientistas, que não
conseguem explicar a razão da sua existência.
Apesar disto, esta bola estranha orbita a estrela a uma velocidade de
cerca de 168 981 km/h… o que faz dela um astro veloz, mas estranho!
O conhecido desconhecido Mercúrio
Sabe-se já alguma coisa sobre Mercúrio, mas não muito. Aliás, as duas primeiras sondas a explorar o planeta foram a Mariner 10, que mapeou aproximadamente 45% da superfície do planeta entre 1974 e 1975, e a MESSENGER, que mapeou outros 30% da superfície durante um voo a 14 de janeiro de 2008.
O último voo ocorreu em setembro de 2009 e a nave entrou em órbita do
planeta no dia 18 de março de 2011, quando começou a mapear o restante
do astro, numa missão que durou um ano terrestre.
Um candidato a planeta anão
Se fosse colocado além da órbita de Neptuno, junto a Plutão, Haumea e
Makemake, provavelmente seria classificado tal como foram esses astros.
Seria então um planeta anão.
Apesar de tudo, este é um planeta e o que mais próximo está do Sol.
Na verdade, a sua proximidade permite que orbite a estrela a uma
velocidade de cerca de 168 981 km/h – o suficiente para completar uma
órbita inteira em apenas 88 dias.
Contudo, por alguma estranha razão que ninguém consegue sondar, ele tem um campo magnético.
A origem do campo magnético
Os campos magnéticos são elementos especiais, e só raramente os
planetas hospedam um. Em geral, os campos magnéticos planetários são
alimentados por algo chamado mecanismo de dínamo. No caso da Terra,
temos um núcleo fundido de ferro que gira rapidamente.
O calor intenso do núcleo tem de chegar à superfície (para escapar
para o espaço), e fá-lo por convecção, com o manto da Terra a agitar-se
para cima e para baixo, transportando o calor na sua viagem para fora.
A combinação de movimentos rápidos no núcleo e plumas maciças de
convecção que sobem e descem através do manto impulsiona a geração de um
poderoso campo magnético, o mais poderoso do sistema solar interno.
Como tal, para haver um campo magnético, precisamos de calor. E Mercúrio é apenas…frio.
Próximo do Sol, mas frio por dentro
O calor da Terra vem de duas fontes: o decaimento radioativo dos
elementos e o calor remanescente da sua formação. O tamanho
relativamente grande da Terra permite-lhe reter este calor ao longo de
milhares de milhões de anos, mas Mercúrio não tem tanta sorte.
A sua estrutura pequena condiciona-o a perder o calor de forma muito
rápida. De facto perde tão rápido que se pensa ser a razão do seu núcleo
ter arrefecido formando uma sólida bola de ferro.
Como tal, sem o calor, sem o movimento e sem outros requisitos que a
Terra possuiu, Mercúrio ainda ter um campo magnético (ainda que fraco), é
um quebra-cabeças.
Então de onde vem a energia?
Os cientistas pensam que não poderá vir do núcleo em si, mas talvez
este núcleo ainda esteja ligeiramente quente, quente o suficiente para
conduzir uma lenta e subtil convecção no seu manto.
É uma hipótese decente, mas este pequeno mundo rápido ainda está
agarrado aos seus segredos e ainda não chegamos lá tão perto para o
saber.
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