O “Fendouzhe”, ou “Striver”, desceu a uma profundidade de mais de 10.000 metros no oeste do Oceano Pacífico. De acordo com a CCTV, estavam a bordo três investigadores.
Até agora, foram muito poucas as pessoas que visitaram o fundo da Fossa das Marianas, uma depressão na crosta terrestre que é mais profunda do que a altura do Monte Evereste.
Os primeiros exploradores visitaram o local em 1960 numa breve expedição. Em 2012, o diretor de Hollywood James Cameron fez a primeira viagem a solo ao fundo da Fossa das Marianas e descreveu o ambiente como “desolado” e “estranho”.
“Fendouzhe”, que fez vários mergulhos no mês de novembro, conseguiu estabelecer um recorde nacional de profundidade máxima alcançada na Fossa das Marianas. O veículo desceu até 10.909 metros. O recorde anterior foi atribuído a Challenger Deep, que levava a bordo um explorador americano, e que conseguir ir até aos 10.927 metros.
A China fez agora história. Para isso o “Fendouzhe” foi equipado com braços robóticos para recolher amostras biológicas e “olhos” que usam ondas sonoras para identificar objetos ao redor, avança o Phys.
Este é o terceiro veículo tripulado de águas profundas da China, mas para além desta missão está também a observar “as muitas espécies e a distribuição de seres vivos que vivem no fundo do mar”, revelaram à CCTV os cientistas a bordo. Desta forma, os exploradores conseguiram detetar novas espécies.
A pressão da água no fundo da Fossa é esmagadora e ultrapassa cerca de mil vezes a pressão atmosférica do nível do mar. Ainda assim, os cientistas descobriram que as águas escuras e frias do lugar enigmático estão recheadas de vida.
Estudos anteriores descobriram comunidades de organismos unicelulares que sobrevivem de resíduos orgânicos e que acabaram por se instalar no fundo do oceano, mas encontraram poucos animais de grande porte.
Pequim criou este mês um centro de treino e pesquisa, em conjunto com a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, que deverá treinar profissionais que depois irão agir em missões em alto mar.
Espera-se que o “Fendouzhe” estabeleça padrões para que sejam criados futuros navios de águas profundas na China. Para já, “são necessários mais dois testes antes de podermos considerá-lo um verdadeiro sucesso”, disse Zhu Min, investigador da Academia Chinesa de Ciências, que também esteve envolvido na missão.
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