A Inteligência Artificial (IA) ajudou a descobrir mais de 109 mil novas crateras nas regiões de latitude média e baixa da Lua.
Uma equipa de cientistas usou Inteligência Artificial (IA) para treinar uma rede neural profunda. Com informações das missões chinesas Chang’e 1 e Chang’e 2, a rede identificou 109.956 novas crateras na Lua.
O número de crateras registadas é agora mais de uma dúzia de vezes maior do que era anteriormente. As descobertas foram publicadas no dia 22 de dezembro na Nature Communications.
“É o maior banco de dados de crateras lunares com extração automática para as regiões de latitude média e baixa da Lua”, esclareceu o autor do estudo, Chen Yang, professor de Ciências da Terra na Universidade de Jilin, na China, em declarações ao Live Science.
A equipa da universidade chinesa treinou uma rede neural profunda com dados de milhares de crateras previamente identificadas e ensinou o algoritmo a encontrar novas. A rede foi então aplicada aos dados recolhidos pelas missões Chang’e-1 e Chang’e-2, revelando 109.956 novas crateras na superfície da Lua.
A maioria das crateras são “pequenas” e “médias”, variando entre 1 e 100 quilómetros de diâmetro. Os cientistas defendem que é por esse motivo que permaneceram desconhecidas até então.
Ainda assim, a técnica também permitiu detetar crateras muito maiores e de formato irregular já erodidas. Algumas delas tinham até 550 quilómetros de diâmetro.
Com base nas características de 19 mil crateras, o algoritmo também estimou quando se formaram, atribuindo a cada uma um período de tempo geológico. De acordo com o portal, as crateras abrangeram todos os cinco períodos geológicos lunares da Lua, e algumas datam de aproximadamente 4 mil milhões de anos.
A equipa quer agora melhorar o algoritmo de localização de crateras, alimentando-o com dados da sonda Chang’e 5. Além disso, também deseja adaptar e aplicar esta abordagem a outros corpos do Sistema Solar, incluindo planetas como Marte.
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