Um
famoso dicionário francês adicionou um pronome de género neutro e está
agora a enfrentar forte contestação política. “A escrita inclusiva não é
o futuro da língua francesa”, disse o ministro da Educação.
O dicionário Le Robert, um dos mais emblemáticos dicionários gauleses, adicionou o pronome de género neutro “iel” à lista de vocábulos da língua francesa. Esta é uma combinação dos pronomes “il” [ele] e “elle” [ela].
A adição foi feita após os seus investigadores terem notado “um crescente uso” do termo da terceira pessoa do singular num “grande corpo de textos extraídos de várias fontes”, explica o diretor do dicionário, Charles Bimbenet, em comunicado.
“A missão [do dicionário] é observar a evolução de uma língua francesa em fluxo. Definir as palavras que descrevem o mundo ajuda-nos a entendê-lo melhor”, explicou Bimbenet.
O dicionário define “iel” como um pronome de terceira pessoa no singular que pode referir-se a uma pessoa de qualquer género. O plural da palavra é “iels”, estando também as variações “ielle” e “ielles” incluídas no dicionário.
Se, por um lado, a introdução do pronome tem recebido um feedback positivo da maioria dos seus utilizadores, por outro, há quem conteste fortemente a adição do termo aos dicionários. Segundo refere o The Washington Post, vários políticos franceses expressaram forte oposição à adoção formal dos pronomes não-binários.
O ministro da Educação francês, Jean-Michel Blanquer, publicou um tweet na quarta-feira a sugerir que crianças em idade escolar não devem usar o pronome de género neutro como uma referência válida.
“A escrita inclusiva não é o futuro da língua francesa”, atirou o governante.
Blanquer disse apoiar o protesto do deputado francês François Jolivet, que disse que “os autores [do dicionário] são, portanto, os militantes de uma causa que nada tem de francês”.
Numa carta endereçada à L’Académie Française, uma instituição centenária criada para ser a guardiã da língua francesa, Jolivet escreveu que a “campanha solitária do Le Robert é uma intrusão ideológica óbvia que mina a nossa linguagem comum e a sua influência”.
O Le Robert não é o primeiro dicionário a acrescentar pronomes de género neutro à sua lista de vocábulos. Ainda em 2015, o dicionário da Academia Sueca (SAOL) incluiu na sua versão atualizada o pronome “hen”. O pronome foi cunhado em 1960, quando o uso generalista de “han” (ele) se tornou politicamente incorreto.
Em Portugal, uma solução por vezes encontradas na internet é usar “X” ou “@” no lugar de “o” ou “a”. Por exemplo: elX é eduacadX. No entanto, não funciona na linguagem oral.
https://zap.aeiou.pt/dicionario-frances-adicionou-pronome-de-genero-neutro-agora-enfrenta-forte-contestacao-politica-445628
O dicionário Le Robert, um dos mais emblemáticos dicionários gauleses, adicionou o pronome de género neutro “iel” à lista de vocábulos da língua francesa. Esta é uma combinação dos pronomes “il” [ele] e “elle” [ela].
A adição foi feita após os seus investigadores terem notado “um crescente uso” do termo da terceira pessoa do singular num “grande corpo de textos extraídos de várias fontes”, explica o diretor do dicionário, Charles Bimbenet, em comunicado.
“A missão [do dicionário] é observar a evolução de uma língua francesa em fluxo. Definir as palavras que descrevem o mundo ajuda-nos a entendê-lo melhor”, explicou Bimbenet.
O dicionário define “iel” como um pronome de terceira pessoa no singular que pode referir-se a uma pessoa de qualquer género. O plural da palavra é “iels”, estando também as variações “ielle” e “ielles” incluídas no dicionário.
Se, por um lado, a introdução do pronome tem recebido um feedback positivo da maioria dos seus utilizadores, por outro, há quem conteste fortemente a adição do termo aos dicionários. Segundo refere o The Washington Post, vários políticos franceses expressaram forte oposição à adoção formal dos pronomes não-binários.
O ministro da Educação francês, Jean-Michel Blanquer, publicou um tweet na quarta-feira a sugerir que crianças em idade escolar não devem usar o pronome de género neutro como uma referência válida.
“A escrita inclusiva não é o futuro da língua francesa”, atirou o governante.
Blanquer disse apoiar o protesto do deputado francês François Jolivet, que disse que “os autores [do dicionário] são, portanto, os militantes de uma causa que nada tem de francês”.
Numa carta endereçada à L’Académie Française, uma instituição centenária criada para ser a guardiã da língua francesa, Jolivet escreveu que a “campanha solitária do Le Robert é uma intrusão ideológica óbvia que mina a nossa linguagem comum e a sua influência”.
O Le Robert não é o primeiro dicionário a acrescentar pronomes de género neutro à sua lista de vocábulos. Ainda em 2015, o dicionário da Academia Sueca (SAOL) incluiu na sua versão atualizada o pronome “hen”. O pronome foi cunhado em 1960, quando o uso generalista de “han” (ele) se tornou politicamente incorreto.
Em Portugal, uma solução por vezes encontradas na internet é usar “X” ou “@” no lugar de “o” ou “a”. Por exemplo: elX é eduacadX. No entanto, não funciona na linguagem oral.
https://zap.aeiou.pt/dicionario-frances-adicionou-pronome-de-genero-neutro-agora-enfrenta-forte-contestacao-politica-445628
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