O engenheiro Tal Golesworthy pôs mãos à obra e criou uma alternativa a uma arriscada operação ao seu coração.
Tal Golesworthy tinha 45 anos quando soube que, a menos que fosse submetido a uma complexa cirurgia a um dos vasos que transportam sangue do seu coração, enfrentaria um crescente risco de morte prematura.
Golesworthy não é médico nem tampouco cirurgião, mas acreditou ser capaz de encontrar uma solução mais simples e segura de corrigir o problema no seu coração.
Engenheiro de profissão, o homem de 60 anos persuadiu o cirurgião a implementar a sua ideia e tornou-se cobaia para uma operação inovadora.
De acordo com o portal Free Think, Golesworthy tem Síndrome de Marfan: uma doença genética que afeta principalmente pessoas altas e magras, com braços, pernas e dedos compridos e geralmente apresentam hipermobilidade das articulações e escoliose.
As complicações mais graves geralmente envolvem o coração e a aorte, com um risco acrescido de prolapso da válvula mitral e aneurisma da aorta. Este era o caso de Tal Golesworthy.
Introduzida em 1968 e dependente de uma máquina para manter temporariamente o fluxo de sangue, a operação envolve a remoção da mais fraca secção da aorta juntamente com as válvulas cardíacas adjacentes.
De seguida, o cirurgião substitui a aorta por um pedaço de tubo rígido feito de poliéster e as válvulas naturais por válvulas mecânicas.
O problema é que estas válvulas mecânicas podem gerar coágulos, obrigando a um tratamento para o resto da vida com anticoagulantes para minimizar o risco de embolia.
Este tratamento acarreta os seus próprios riscos, nomeadamente em qualquer doença ou lesão que cause sangramento.
“Estás constantemente a andar na corda bamba entre uma embolia e um sangramento”, explica Golesworthy.
Os cirurgiões magicaram uma versão diferente da operação em que as próprias válvulas do paciente são deixadas no lugar. Embora isto descarte o uso de anticoagulantes, tem uma taxa de fracasso maior a longo prazo.
Foi então que o engenheiro pensou numa solução inovadora: “Eu disse a mim mesmo: ‘calma, podemos analisar a aorta, usar DAC [desenho assistido por computador] e produzir um suporte totalmente à medida’. Nós podemos fazer isto”.
Golesworthy pôs mãos à obra e começou a montar o protótipo da peça. Criou uma manga, feita à medida, a que chamou de PEARS (Personalized External Aortic Root Support).
O engenheiro divulgou a sua criação num site criado pela Católica Lisbon School of Business and Economics, chamado Patient Innovation, que permite precisamente que pacientes que desenvolveram soluções para as suas próprias doenças compartilhem o que inventaram.
“O que descobrimos foi que os pacientes frequentemente desenvolviam dispositivos e estratégias incríveis”, diz Pedro Oliveira, o líder do projeto criado em 2014.
O custo relativamente alto do produto torna a operação inicial mais cara, mas através de tempos de operação mais curtos, eliminação do tratamento medicamentoso de rotina e uma probabilidade reduzida de novas operações, o PEARS deve economizar dinheiro.
Depois de Golesworthy, o número de pacientes continuou a aumentar: em 2015, um total de 17 pacientes recorreu ao procedimento; no ano seguinte, eram mais de 20.
https://zap.aeiou.pt/engenheiro-foi-a-sua-propria-cobaia-e-reparou-o-seu-coracao-moribundo-446699
Tal Golesworthy tinha 45 anos quando soube que, a menos que fosse submetido a uma complexa cirurgia a um dos vasos que transportam sangue do seu coração, enfrentaria um crescente risco de morte prematura.
Golesworthy não é médico nem tampouco cirurgião, mas acreditou ser capaz de encontrar uma solução mais simples e segura de corrigir o problema no seu coração.
Engenheiro de profissão, o homem de 60 anos persuadiu o cirurgião a implementar a sua ideia e tornou-se cobaia para uma operação inovadora.
De acordo com o portal Free Think, Golesworthy tem Síndrome de Marfan: uma doença genética que afeta principalmente pessoas altas e magras, com braços, pernas e dedos compridos e geralmente apresentam hipermobilidade das articulações e escoliose.
As complicações mais graves geralmente envolvem o coração e a aorte, com um risco acrescido de prolapso da válvula mitral e aneurisma da aorta. Este era o caso de Tal Golesworthy.
Introduzida em 1968 e dependente de uma máquina para manter temporariamente o fluxo de sangue, a operação envolve a remoção da mais fraca secção da aorta juntamente com as válvulas cardíacas adjacentes.
De seguida, o cirurgião substitui a aorta por um pedaço de tubo rígido feito de poliéster e as válvulas naturais por válvulas mecânicas.
O problema é que estas válvulas mecânicas podem gerar coágulos, obrigando a um tratamento para o resto da vida com anticoagulantes para minimizar o risco de embolia.
Este tratamento acarreta os seus próprios riscos, nomeadamente em qualquer doença ou lesão que cause sangramento.
“Estás constantemente a andar na corda bamba entre uma embolia e um sangramento”, explica Golesworthy.
Os cirurgiões magicaram uma versão diferente da operação em que as próprias válvulas do paciente são deixadas no lugar. Embora isto descarte o uso de anticoagulantes, tem uma taxa de fracasso maior a longo prazo.
Foi então que o engenheiro pensou numa solução inovadora: “Eu disse a mim mesmo: ‘calma, podemos analisar a aorta, usar DAC [desenho assistido por computador] e produzir um suporte totalmente à medida’. Nós podemos fazer isto”.
Golesworthy pôs mãos à obra e começou a montar o protótipo da peça. Criou uma manga, feita à medida, a que chamou de PEARS (Personalized External Aortic Root Support).
O engenheiro divulgou a sua criação num site criado pela Católica Lisbon School of Business and Economics, chamado Patient Innovation, que permite precisamente que pacientes que desenvolveram soluções para as suas próprias doenças compartilhem o que inventaram.
“O que descobrimos foi que os pacientes frequentemente desenvolviam dispositivos e estratégias incríveis”, diz Pedro Oliveira, o líder do projeto criado em 2014.
O custo relativamente alto do produto torna a operação inicial mais cara, mas através de tempos de operação mais curtos, eliminação do tratamento medicamentoso de rotina e uma probabilidade reduzida de novas operações, o PEARS deve economizar dinheiro.
Depois de Golesworthy, o número de pacientes continuou a aumentar: em 2015, um total de 17 pacientes recorreu ao procedimento; no ano seguinte, eram mais de 20.
https://zap.aeiou.pt/engenheiro-foi-a-sua-propria-cobaia-e-reparou-o-seu-coracao-moribundo-446699
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