Tel Aviv foi considerada a cidade mais cara do mundo para se viver, num momento em que a inflação e os problemas da cadeia de abastecimento elevam preços em todo o mundo.
Tel Aviv foi considerada, pela primeira vez, a cidade mais cara para se viver, num estudo feito pela Economist Intelligence Unit (EIU), braço de análise e pesquisa da revista britânica The Economist.
No ano passado, a cidade israelita estava em quinto lugar mas agora empurrou Paris para a segunda posição, junto com Singapura.
Já Damasco, na Síria, devastada pela guerra civil, foi considerada a mais barata do mundo.
Os transportes registaram os maiores aumentos de preços, com o custo do litro da gasolina a aumentar 21%, em média, nas cidades estudadas.
A ascensão de Tel Aviv ao topo do ranking do Custo de Vida Mundial da EIU reflete, principalmente, a valorização crescente da moeda de Israel — o shekel — relativamente ao dólar, escreve a BBC. Os preços locais de cerca de 10% das mercadorias também aumentaram significativamente, sobretudo alimentos.
O levantamento descobriu ainda que Tel Aviv é a segunda cidade mais cara em termos da venda de álcool e em relação aos transportes públicos, a quinta em itens de higiene pessoal e a sexta em lazer.
O presidente de Tel Aviv, Ron Huldai, alertou numa entrevista ao jornal local Haaretz que o aumento dos preços dos imóveis — não incluídos nos cálculos da EIU — faz com que a cidade esteja a caminhar para uma “explosão”.
“Tel Aviv ficará cada vez mais cara, assim como acontece com todos os países”, disse.
“O principal problema em Israel é que não há um centro metropolitano alternativo. Nos Estados Unidos, há Nova York, Chicago, Miami e assim por diante. No Reino Unido, há Londres, Manchester e Liverpool. Lá, as pessoas podem-se mudar para outra cidade, se o custo de vida se tornar muito alto”, continuou.
No ano passado, Paris, Zurique e Hong Kong compartilharam o primeiro lugar no levantamento da EIU. No entanto, este ano, Zurique e Hong Kong caíram para quarto e quinto lugar, respetivamente, seguidos por Nova Iorque, Genebra, Copenhaga, Los Angeles e Osaka.
Num momento de desvalorização do real relativamente ao dólar, as três cidades brasileiras avaliadas no ranking — São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus — ficaram em posições de menor destaque. As duas primeiras empataram no 150° lugar, e Manaus ficou em 160°.
Teerã, a capital iraniana, foi a cidade que mais subiu posições no ranking, saltando da 79ª para a 29ª devido à escassez de produtos e consequente aumento dos preços.
Em contrapartida, Roma foi a que mais caiu, passando da 32ª para a 48ª posição, “com um declínio particularmente acentuado na cesta de compras e categorias de roupas”.
Segundo a EIU, as cidades mais baratas do mundo estão no Médio Oriente, em África e nas partes mais pobres da Ásia.
Já o topo do ranking é ainda dominado por cidades europeias e pelas mais desenvolvidas asiáticas, enquanto as americanas e chinesas permanecem com preços “relativamente moderados”.
“No entanto, as incertezas do ano passado fazem com que não haja um padrão regional claro para movimentos no ranking”, ressalva a EIU, acrescentando que o levantamento continua sensível às mudanças provocadas pela pandemia do coronavírus.
“Embora a maioria das economias esteja agora a recuperar com a oferta das vacinas contra a covid-19, as principais cidades do mundo ainda vivem surtos de casos, levando a novas restrições sociais. Em muitas cidades, isso interrompeu o fornecimento de bens, levando à escassez e a preços mais altos”, diz.
A expectativa é que o custo de vida aumente ainda mais em muitas cidades no próximo ano, enquanto as expectativas inflacionárias devem “contribuir para aumentos salariais, alimentando ainda mais os aumentos dos preços”.
Lista das cinco cidades mais caras do mundo:
- Tel Aviv (Israel)
- Paris (França) e Singapura
- Zurique (Suíça)
- Hong Kong (China)
Lista das cinco cidades mais baratas:
- Damasco (Síria)
- Tripoli (Líbia)
- Tashkent (Uzbequistão)
- Túnis (Tunísia)
- Almaty (Cazaquistão)
Sem comentários:
Enviar um comentário