Uma
nova análise de ADN de 793 esqueletos da Idade do Bronze da
Grã-Bretanha e da Europa continental revelou segredos genéticos sobre
uma migração humana em massa, que ocorreu há cerca de 3.000 anos.
O estudo, publicado a 22 de dezembro na Nature, juntou uma equipa de 200 investigadores internacionais, liderada pela Universidade de York, Inglaterra, pela Harvard Medical School, Estados Unidos, e pela Universidade de Viena de Áustria.
Os cientistas examinaram o ADN de 793 indivíduos da Idade do Bronze na Grã-Bretanha, revelando que entre 1300 a.C. e 800 a.C. chegaram vagas de migrantes vindos do atual norte da França, ao sul de Inglaterra, explica o Ancient Origins.
Ian Armit, professor da Universidade de York e autor principal do estudo, referiu que há muito tempo que os investigadores suspeitavam que os migrantes tinham chegado à Grã-Bretanha durante a Idade do Bronze.
No entanto, a teoria baseava-se em “comércio e ideologias partilhadas“. O estudo mostra agora como durante a Idade do Bronze ocorreram “contactos intensos” entre comunidades na Grã-Bretanha e na Europa.
Em entrevista ao MailOnline, Ian Armit explica que os parentes genéticos mais próximos dos migrantes que chegaram à Grã-Bretanha são “todos eles oriundos de populações da Idade do Ferro mais recentes, das periferias de França”.
Os contactos entre ancestrais ingleses e outros europeus, ao longo de vários séculos, alteraram por completo o destino genético dos britânicos, através do constante movimento de comerciantes, de casamentos e de movimentos em pequena escala de grupos familiares.
O docente realçou ainda que a ocorrência mão foi uma invasão violenta ou um evento migratório único, mas sim uma “homogeneização“.
Esta é uma escolha de palavras algo caricata para um artigo científico sobre ADN humano, tendo em conta que o termo descreve o processo pelo qual as gotículas de gordura do leite são emulsionadas, de modo a que o creme não se separe. O que o autor quis dizer foi que a migração foi suave, ou pacífica.
O estudo também mostrou que nenhuma migração para a Grã-Bretanha ocorreu durante o início da Idade do Ferro, um facto importante, uma vez que os arqueólogos sempre associaram a difusão das línguas celtas a essa altura.
Os novos resultados sugerem a chegada das línguas celtas de França ao final da Idade do Bronze, o que apoia a chamada narrativa histórica “Celta do Centro”.
Em abril de 2020, o professor Patrick Sims-Williams publicou um artigo intitulado “Uma Alternativa aos Celtas do Oriente e aos Celtas do Ocidente”.
O investigador explicou que durante a maior parte do século XX, os arqueólogos associaram a difusão das línguas celtas à suposta difusão ocidental da “cultura oriental de Hallstatt”, no primeiro milénio a.C.
O autor criticou as suposições e interpretações erradas de textos clássicos e onomásticos que levaram à hipótese “celta do Oriente”.
“A irradiação celta da França durante o primeiro milénio a.C. seria uma explicação mais económica dos factos conhecidos”, conclui Sims-Williams, numa afirmação que não podia estar mais alinhada com o novo estudo.
David Reich, co-autor do estudo e professor na Harvard Medical School, referiu que “qualquer académico razoável precisa de rever os seus melhores palpites sobre o que ocorreu, com base nestas descobertas”.
No entanto, o investigador acrescentou que estas novas descobertas não resolvem de forma alguma “a questão da origem das línguas celtas na Grã-Bretanha“.
De acordo com o estudo, observou-se um aumento na frequência de “alelos” nas populações da Idade do Bronze na Grã-Bretanha, de 1200 a 200 a.C.
Esta forma de gene contribuiu para a persistência da lactose, ou seja, a capacidade de digerir a lactose no leite.
O artigo diz que isto pode ter proporcionado “uma grande vantagem” nas taxas de sobrevivência das crianças com esta adaptação genética.
Os investigadores também encontraram uma proporção “excecionalmente elevada” na ascendência de “agricultor europeu precoce” (EEF) em habitanted de Kent, uma cidade inglesa próxima de França, separada pelo Canal da Mancha.
Daniel G. Bradley, professor de genética no Trinity College Dublin, também envolvido no estudo, acrescentou que esta ascendência específica foi trazida para a Europa por agricultores da Anatólia, na Turquia, milhares de anos antes.
A ascendência EEF pressupõe a utilização de canais migratórios, através do Estreito de Dover, durante o final da Idade do Bronze.
Nesta altura, famílias e comunidades agrícolas expandiram os seus territórios para o sul da Grã-Bretanha.
Foram comercializados minérios metálicos para a produção de ferramentas, utensílios e armas de bronze a partir da Grã-Bretanha, para toda a Europa.
O estudo, publicado a 22 de dezembro na Nature, juntou uma equipa de 200 investigadores internacionais, liderada pela Universidade de York, Inglaterra, pela Harvard Medical School, Estados Unidos, e pela Universidade de Viena de Áustria.
Os cientistas examinaram o ADN de 793 indivíduos da Idade do Bronze na Grã-Bretanha, revelando que entre 1300 a.C. e 800 a.C. chegaram vagas de migrantes vindos do atual norte da França, ao sul de Inglaterra, explica o Ancient Origins.
Ian Armit, professor da Universidade de York e autor principal do estudo, referiu que há muito tempo que os investigadores suspeitavam que os migrantes tinham chegado à Grã-Bretanha durante a Idade do Bronze.
No entanto, a teoria baseava-se em “comércio e ideologias partilhadas“. O estudo mostra agora como durante a Idade do Bronze ocorreram “contactos intensos” entre comunidades na Grã-Bretanha e na Europa.
Em entrevista ao MailOnline, Ian Armit explica que os parentes genéticos mais próximos dos migrantes que chegaram à Grã-Bretanha são “todos eles oriundos de populações da Idade do Ferro mais recentes, das periferias de França”.
Os contactos entre ancestrais ingleses e outros europeus, ao longo de vários séculos, alteraram por completo o destino genético dos britânicos, através do constante movimento de comerciantes, de casamentos e de movimentos em pequena escala de grupos familiares.
O docente realçou ainda que a ocorrência mão foi uma invasão violenta ou um evento migratório único, mas sim uma “homogeneização“.
Esta é uma escolha de palavras algo caricata para um artigo científico sobre ADN humano, tendo em conta que o termo descreve o processo pelo qual as gotículas de gordura do leite são emulsionadas, de modo a que o creme não se separe. O que o autor quis dizer foi que a migração foi suave, ou pacífica.
O estudo também mostrou que nenhuma migração para a Grã-Bretanha ocorreu durante o início da Idade do Ferro, um facto importante, uma vez que os arqueólogos sempre associaram a difusão das línguas celtas a essa altura.
Os novos resultados sugerem a chegada das línguas celtas de França ao final da Idade do Bronze, o que apoia a chamada narrativa histórica “Celta do Centro”.
Em abril de 2020, o professor Patrick Sims-Williams publicou um artigo intitulado “Uma Alternativa aos Celtas do Oriente e aos Celtas do Ocidente”.
O investigador explicou que durante a maior parte do século XX, os arqueólogos associaram a difusão das línguas celtas à suposta difusão ocidental da “cultura oriental de Hallstatt”, no primeiro milénio a.C.
O autor criticou as suposições e interpretações erradas de textos clássicos e onomásticos que levaram à hipótese “celta do Oriente”.
“A irradiação celta da França durante o primeiro milénio a.C. seria uma explicação mais económica dos factos conhecidos”, conclui Sims-Williams, numa afirmação que não podia estar mais alinhada com o novo estudo.
David Reich, co-autor do estudo e professor na Harvard Medical School, referiu que “qualquer académico razoável precisa de rever os seus melhores palpites sobre o que ocorreu, com base nestas descobertas”.
No entanto, o investigador acrescentou que estas novas descobertas não resolvem de forma alguma “a questão da origem das línguas celtas na Grã-Bretanha“.
De acordo com o estudo, observou-se um aumento na frequência de “alelos” nas populações da Idade do Bronze na Grã-Bretanha, de 1200 a 200 a.C.
Esta forma de gene contribuiu para a persistência da lactose, ou seja, a capacidade de digerir a lactose no leite.
O artigo diz que isto pode ter proporcionado “uma grande vantagem” nas taxas de sobrevivência das crianças com esta adaptação genética.
Os investigadores também encontraram uma proporção “excecionalmente elevada” na ascendência de “agricultor europeu precoce” (EEF) em habitanted de Kent, uma cidade inglesa próxima de França, separada pelo Canal da Mancha.
Daniel G. Bradley, professor de genética no Trinity College Dublin, também envolvido no estudo, acrescentou que esta ascendência específica foi trazida para a Europa por agricultores da Anatólia, na Turquia, milhares de anos antes.
A ascendência EEF pressupõe a utilização de canais migratórios, através do Estreito de Dover, durante o final da Idade do Bronze.
Nesta altura, famílias e comunidades agrícolas expandiram os seus territórios para o sul da Grã-Bretanha.
Foram comercializados minérios metálicos para a produção de ferramentas, utensílios e armas de bronze a partir da Grã-Bretanha, para toda a Europa.
https://zap.aeiou.pt/estudo-genetico-choca-britanicos-metade-dos-seu-genes-sao-franceses-452633
Sem comentários:
Enviar um comentário