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Escócia absolve crimes de supostas bruxas, como amaldiçoar navios de
Reis, dar ressacas a inimigos e transformar pessoas em corujas, séculos
depois de as terem executado.
Um pânico satânico no início da Escócia moderna, entre os séculos XVI e XVIII, fez com que milhares de mulheres fossem acusadas de bruxaria e condenadas à morte.
De acordo com o The Guardian, quase 300 anos depois deste massacre de bruxas, um deputado do parlamento escocês apresentou um projeto de lei, com o apoio de Nicola Sturgeon, primeira ministra da Escócia, para emendar os erros então cometidos.
A iniciativa surge após uma campanha de dois anos do grupo Bruxas da Escócia, que pretendia limpar os nomes de 3.837 pessoas acusadas de bruxaria — 84% das quais eram mulheres — sendo que dois terços foram executadas e queimadas.
O movimento segue um precedente da Câmara dos Representantes de Massachusetts, nos Estados Unidos, que proclamou as bruxas de Salem como inocentes, em 2001.
A Escócia perseguiu bruxas, exaustivamente, entre 1563 e 1736. As primeiras caças às bruxas foram sancionadas por James VI da Escócia e, mais tarde, por James I da Inglaterra e Irlanda, que acreditava que elas andavam a conspirar contra a sua noiva dinamarquesa, criando tempestades para afundar o seu navio.
Entre as bruxas acusadas em 1590, encontrava-se Geillis Duncan, representada na série Outlander. A mulher admitiu, sob tortura, ter-se encontrado com o Diabo, para afundar os navios do rei.
Agnes Sampson também confessou que 200 mulheres testemunharam um sermão do Diabo em North Berwick, no Halloween, onde a destruição do Rei foi planeada.
Outros casos conhecidos incluem Lilias Adie, de Torryburn, acusada de lançar um feitiço que deixou um vizinho ressacado, e Issobell Young, morta em 1629, por se ter alegadamente transformado numa coruja e ter um clã de bruxas.
Tendo em conta que a bruxaria era considerada crime, os condenados eram estrangulados até à morte e depois queimados numa fogueira, de modo a que não sobrasse um corpo para ser enterrado.
Muitos dos acusados apenas confessaram os crimes sob tortura, que incluía privação de sono, murros, arrancar as unhas e espetar agulhas largas na pele.
As Bruxas da Escócia notam que os elementos associados a esta prática, como vassouras, caldeirões, gatos pretos e chapéus pontiagudos pretos, eram também associados às “alewives”, mulheres que fabricavam cerveja para combater a má qualidade da água.
A vassoura significava que a cerveja estava à venda, o caldeirão era o recipiente usado para a fabricar, o gato para espantar os ratos, e o chapéu distinguia as vendedoras no mercado.
Claire Mitchell QC, líder do grupo das Bruxas da Escócia, afirmou que a associação pretendia receber perdões e um momento nacional para as vítimas, principalmente femininas, da caça às bruxas.
Em entrevista ao Sunday Times, a defensora das alegadas praticantes de magia explicou que, “per capita, durante o período dos séculos XVI e XVII, a Escócia executou cinco vezes mais pessoas, que outras partes da Europa, a grande maioria das quais eram mulheres”.
“Aquelas que foram executas, não eram culpadas, por isso deviam ser absolvidas”, conclui Claire Mitchell QC.
https://zap.aeiou.pt/escocia-perdoa-as-bruxas-que-condenou-a-morte-300-anos-depois-451392
Um pânico satânico no início da Escócia moderna, entre os séculos XVI e XVIII, fez com que milhares de mulheres fossem acusadas de bruxaria e condenadas à morte.
De acordo com o The Guardian, quase 300 anos depois deste massacre de bruxas, um deputado do parlamento escocês apresentou um projeto de lei, com o apoio de Nicola Sturgeon, primeira ministra da Escócia, para emendar os erros então cometidos.
A iniciativa surge após uma campanha de dois anos do grupo Bruxas da Escócia, que pretendia limpar os nomes de 3.837 pessoas acusadas de bruxaria — 84% das quais eram mulheres — sendo que dois terços foram executadas e queimadas.
O movimento segue um precedente da Câmara dos Representantes de Massachusetts, nos Estados Unidos, que proclamou as bruxas de Salem como inocentes, em 2001.
A Escócia perseguiu bruxas, exaustivamente, entre 1563 e 1736. As primeiras caças às bruxas foram sancionadas por James VI da Escócia e, mais tarde, por James I da Inglaterra e Irlanda, que acreditava que elas andavam a conspirar contra a sua noiva dinamarquesa, criando tempestades para afundar o seu navio.
Entre as bruxas acusadas em 1590, encontrava-se Geillis Duncan, representada na série Outlander. A mulher admitiu, sob tortura, ter-se encontrado com o Diabo, para afundar os navios do rei.
Agnes Sampson também confessou que 200 mulheres testemunharam um sermão do Diabo em North Berwick, no Halloween, onde a destruição do Rei foi planeada.
Outros casos conhecidos incluem Lilias Adie, de Torryburn, acusada de lançar um feitiço que deixou um vizinho ressacado, e Issobell Young, morta em 1629, por se ter alegadamente transformado numa coruja e ter um clã de bruxas.
Tendo em conta que a bruxaria era considerada crime, os condenados eram estrangulados até à morte e depois queimados numa fogueira, de modo a que não sobrasse um corpo para ser enterrado.
Muitos dos acusados apenas confessaram os crimes sob tortura, que incluía privação de sono, murros, arrancar as unhas e espetar agulhas largas na pele.
As Bruxas da Escócia notam que os elementos associados a esta prática, como vassouras, caldeirões, gatos pretos e chapéus pontiagudos pretos, eram também associados às “alewives”, mulheres que fabricavam cerveja para combater a má qualidade da água.
A vassoura significava que a cerveja estava à venda, o caldeirão era o recipiente usado para a fabricar, o gato para espantar os ratos, e o chapéu distinguia as vendedoras no mercado.
Claire Mitchell QC, líder do grupo das Bruxas da Escócia, afirmou que a associação pretendia receber perdões e um momento nacional para as vítimas, principalmente femininas, da caça às bruxas.
Em entrevista ao Sunday Times, a defensora das alegadas praticantes de magia explicou que, “per capita, durante o período dos séculos XVI e XVII, a Escócia executou cinco vezes mais pessoas, que outras partes da Europa, a grande maioria das quais eram mulheres”.
“Aquelas que foram executas, não eram culpadas, por isso deviam ser absolvidas”, conclui Claire Mitchell QC.
https://zap.aeiou.pt/escocia-perdoa-as-bruxas-que-condenou-a-morte-300-anos-depois-451392
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