Por Jocelyne LeBlanc
De acordo com a NASA, uma das melhores maneiras de encontrar vida alienígena em outros planetas é procurar poluição em sua atmosfera – especificamente o gás dióxido de nitrogênio (NO2).
Ravi Kopparapu, que trabalha no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, e é o principal autor do estudo, explicou ainda:
“Na Terra, a maior parte do dióxido de nitrogênio é emitido pela atividade humana – processos de combustão, como emissões de veículos e usinas de combustível fóssil. Na baixa atmosfera (cerca de 10 a 15 quilômetros), o NO2 das atividades humanas domina em comparação com as fontes não humanas. Portanto, observar o NO2 em um planeta habitável pode potencialmente indicar a presença de uma civilização industrializada.”
Com mais de 4.000 exoplanetas encontrados até agora, os especialistas estão ansiosos para descobrir se algum deles hospeda outras civilizações, mas como eles estão tão longe de nós, a única maneira de procurarmos por sinais de vida é com telescópios poderosos que podem descobrir o que está ocorrendo em suas atmosferas.
Um sinal de vida seria a presença de gases combinados em sua atmosfera, como oxigênio e metano. Além disso, um gás como o NO2 pode indicar que existe algum tipo de tecnologia no planeta que o está criando (isso é chamado de tecnossignatura).
Jacob Haqq-Misra, que trabalha no Blue Marble Institute of Science em Seattle, Washington, e é co-autor do estudo, observou que pesquisas anteriores se concentraram em clorofluorcarbonos (CFCs) como potenciais tecnossinaturas, uma vez que a biologia não pode produzi-los.
Ele explicou:
“… No entanto, os CFCs são produtos químicos manufaturados muito específicos que podem não ser prevalentes em outros lugares; o NO2, em comparação, é um subproduto geral de qualquer processo de combustão.”
Sua pesquisa se concentrou em parte em quanta poluição de NO2 poderia ser detectada com nossos telescópios e, após extensos estudos, eles foram capazes de determinar que se uma civilização inteligente vivendo em um exoplaneta semelhante à Terra que orbita uma estrela semelhante ao Sol produziria tanto NO2 como a Terra, ele poderia ser detectado a até 30 anos-luz de distância, com aproximadamente 400 horas de dados focados exclusivamente naquele planeta.
É um bom começo, mas considerando que nossos parentes estelares mais próximos estão localizados no sistema Alpha Centauri, que fica a um pouco mais de 4 anos-luz de distância de nós e nossa galáxia inteira tem aproximadamente 100.000 anos-luz de diâmetro, definitivamente precisaremos de telescópios mais poderosos.
Existem algumas complicações com essas novas informações, como descobrir se o NO2 em outros planetas é produzido naturalmente ou criado por outra civilização.
Giada Arney, da NASA Goddard e que é outro co-autora do estudo, explicou:
“Se observarmos NO2 em outro planeta, teremos que rodar modelos para estimar as emissões máximas possíveis de NO2 que alguém poderia ter apenas de fontes não industriais. Se observarmos mais NO2 do que nossos modelos sugerem ser plausível de fontes não industriais, então o resto do NO2 pode ser atribuído à atividade industrial.
No entanto, sempre há a possibilidade de um falso positivo na busca por vida fora da Terra… ”
Além disso, se houver nuvens ou aerossóis na atmosfera de um exoplaneta, os comprimentos de onda podem aparecer falsamente como NO2. Embora muito mais trabalho precise ser feito, este é um passo muito interessante para possivelmente encontrar civilizações alienígenas em outros planetas.
O estudo foi publicado na arXiv, onde pode ser lido na íntegra.
https://www.ovnihoje.com/2021/02/18/nasa-afirma-que-dioxido-de-nitrogenio-pode-levar-a-descoberta-de-alienigenas/
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