Este
pargo capturado em 2016 na Austrália foi alvo de vários estudos para
apurar a sua idade. É o mais velho alguma vez encontrado num coral.
Alguns
peixes marinhos vivem em média 20 anos, mas existem espécies, caso das
garoupas, que podem chegar ao meio século de vida, ou até mesmo outros
que em águas tropicais atingem os 60 anos. Mas agora, investigadores do
Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS) descobriram um peixe que bateu todos os recordes de sobrevivência em coral: 81 anos.
O
pargo meia-noite foi encontrado em Rowley Shoals, na Austrália, e foi
capturado em 2016 no âmbito de uma investigação que procura saber quanto
tempo os peixes tropicais podem viver e como as mudanças climáticas os
afetam. Mas só agora foram conhecidos os resultados do estudo.
O
estudo, publicado na revista Coral Reefs, revela que além deste pargo
com 81 anos, foram identificados 11 peixes com mais de 60, incluindo um
robalo vermelho de 79 também capturado na mesma área.
"Este
peixe sobreviveu à Grande Depressão, à II Guerra Mundial e viu os
Beatles crescerem e tomarem mundialmente conta do panorama musical",
disse o biólogo Brett Taylor, um dos responsáveis pela investigação. "É
incrível que um peixe tenha vivido num recife de coral durante 81 anos",
acrescentou.
Dados
anteriores indicaram que esta espécie de pargo poderia viver no máximo
70 anos. Aliás, era este o limite de idade para os peixes mais velhos
encontrados nas últimas décadas.
Para
conseguirem determinar a idade certa dos peixes, os investigadores
recorreram ao estudo dos otólitos, um osso interno localizado na orelha
dos peixes cujo crescimento anual se reflete da mesma forma que ocorre
com os anéis em troncos de árvores.
"Com
esta nova investigação conseguimos identificar algumas espécies que
estão a conseguir chegar aos 80 anos de vida. Provavelmente poderão
existir alguns mais velhos. Ao observarmos estes animais em diferentes
temperaturas da água, conseguimos compreender melhor como reagem estas
espécies ao aumento das temperaturas devido ao aquecimento global que se
faz sentir em todo o lado", referiu o biólogo.
Este
pargo é peixe de coral mais velho alguma vez encontrado, mas está muito
longe de bater o recorde do peixe mais velho. Esse recorde pertence ao
tubarão da da Groenlândia. Uma investigação feita aos olhos deste animal
permitiu concluir que estes habitantes do Ártico chegavam a viver 400 anos.
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