A maior cratera de Titã, uma das mais promissores luas de Saturno, pode ser o berço perfeito para abrigar vida extraterrestre, segundo um novo estudo cujos resultados foram apresentados na Lunar and Planetary Science Conference, que decorreu nos Estados Unidos.
A comunidade científica anda há muito atenta a Titã, a maior lua de Saturno, tendo em vista a tão procurada vida extraterrestre. A nova investigação vem reforçar estudos anteriores que consideram este satélite natural promissor.
A superfície dr Titã é coberta por hidrocarbonetos orgânicos e acredita-se que exista um oceano líquido a 100 quilómetros abaixo da sua crosta gelada.
Depois de levar a cabo uma série de simulações, a equipa de especialistas concluiu que um asteróide ou cometa poderá ter caído em Titã, misturando estes dois ingredientes, num fenómeno que poderá ter produzido “uma sopa primordial para gerar vida”, tal como explicou o geólogo planetário Álvaro Penteado Crósta, citado pelo portal Science.
De acordo com os cientistas, o calor do impacto terá derretido o gelo, criando um lago na cratera que permaneceu líquido durante um milhão de anos antes de a água voltar a congelar por causa das baixas temperaturas de Titã.
Esta janela de tempo, acredita a equipa, pode ter sido suficiente para que os micróbios tivessem evoluído, aproveitando a água líquida, as molécula orgânicas e o calor do impacto. “Esta situação é muito boa para as bactérias”, explicou a equipa.
Apesar de os resultados serem animadores, existem outros investigadores, como Elizabeth Turtle, chefe da missão Dragonfly no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que reiteram que não há ainda “evidências sólidas” que validem este cenário. A missão, que voará rumo a Titã em breve, poderá, contudo, ajudar a resolver a questão, dando força a esta hipótese ou descartando-a.
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