Horas depois de morrermos, certas células cerebrais permanecem ativas. Algumas até aumentam a sua atividade e crescem em proporções gigantescas.
Uma equipa de cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, analisou a expressão génica num tecido cerebral fresco, retirado durante uma cirurgia cerebral, e descobriu que a expressão de alguns genes em determinadas células aumentou após a morte.
Estes “genes zombie” – que aumentaram a expressão após o intervalo post-mortem – eram específicos de um tipo de célula: células inflamatórias chamadas células gliais.
De acordo com o EurekAlert, estas células formam parte do tecido nervoso, proporcionando suporte e nutrição aos neurónios. Como são inflamatórias, este aumento após a morte não é muito surpreendente
Jeffrey Loeb, um dos autores do artigo científico, destacou que o mais significativo desta investigação são as implicações da descoberta, uma vez que pode ser útil na pesquisa de novos tratamentos e potenciais curas para doenças como o autismo, esquizofrenia e Alzheimer.
“A maioria dos estudos pressupõe que tudo no cérebro pára quando o coração pára de bater, mas não é assim”, disse Loeb, em comunicado. “As nossas descobertas serão necessárias para interpretar a pesquisa em tecidos cerebrais humanos.”
De acordo com o estudo, publicado no dia 23 na revista científica Scientific Reports, cerca de 80% dos genes analisados mantêm-se relativamente estáveis durante 24 horas, enquanto que os genes ligados a neurónios (e intrinsecamente envolvidos na atividade do cérebro humano) se degradam nas primeiras horas após a morte.
Os “genes zombie”, que aumentaram a sua atividade, alcançaram os níveis máximos cerca de 12 horas após o óbito.
https://zap.aeiou.pt/genes-zombie-vida-cerebro-morte-389830
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