A maior tragédia vulcânica dos últimos 100 anos na Europa tem atraído vários turistas curiosos a La Palma.
O debate interno angustia muitos turistas: se, por um lado, querem desfrutar e ver de perto um fenómeno natural extraordinário, também compreendem que algumas pessoas que perderam as suas casas na sequência da catástrofe podem achar a atitude fútil.
No entanto, segundo o El País, as próprias instituições da ilha não só aproveitam o fluxo de turistas, como também encorajam o turismo vulcânico.
“Estamos gratos por tantos turistas estarem a chegar a La Palma. Pedimos apoio – e isto é apoio – para resolver alguns dos problemas que temos na ilha. Isto confirma o que temos vindo a dizer todos os dias, que a ilha é segura“, disse Miguel Ángel Morcuende, diretor técnico do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias, numa conferência de imprensa, no passado sábado, afirmando que o número de turistas já ascendeu a 10.000.
O debate interno angustia muitos turistas: se, por um lado, querem desfrutar e ver de perto um fenómeno natural extraordinário, também compreendem que algumas pessoas que perderam as suas casas na sequência da catástrofe podem achar a atitude fútil.
No entanto, segundo o El País, as próprias instituições da ilha não só aproveitam o fluxo de turistas, como também encorajam o turismo vulcânico.
“Estamos gratos por tantos turistas estarem a chegar a La Palma. Pedimos apoio – e isto é apoio – para resolver alguns dos problemas que temos na ilha. Isto confirma o que temos vindo a dizer todos os dias, que a ilha é segura“, disse Miguel Ángel Morcuende, diretor técnico do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias, numa conferência de imprensa, no passado sábado, afirmando que o número de turistas já ascendeu a 10.000.
A igreja de Tajuya, em El Paso, é um dos pontos turísticos mais famosos
por esta altura, por ser o ponto a partir do qual o vulcão pode ser
melhor observado. No último fim de semana, que foi seguido por um
feriado, vários turistas dirigiram-se a este local para ver a erupção.
“Estamos aqui há uma hora”, disse ao diário espanhol Juan Antonio Herrera, que vive em Tenerife.
“Os autocarros demoram meia hora a chegar ao outro lado. Há muito tempo que pensamos em vir, mas estávamos um pouco relutantes porque as pessoas estão a passar um mau bocado. Mas quando se vê que o resto da ilha está a convidar as pessoas a virem ver o vulcão, decidimos vir. É também uma forma de apoiar“, justificou.
Carmen Justiniana, uma boliviana de 50 anos, residente de Los Llanos de Aridane, discorda desta abordagem, depois de a lava ter engolido as quintas do seu irmão e as residências de vários amigos.
“Podem chamar-lhe espetáculo, mas para nós não é. Quanto dinheiro é que todas estas pessoas gastam e onde? Eu venho de Los Llanos e o centro está vazio, não se vê ninguém”, disse, em declarações ao El País.
“As pessoas que perderam as suas casas estão a tentar alugar“, mas os preços dispararam e agora é “mais difícil para elas”.
Um olhar sobre as plataformas de reserva de hotéis, como o Booking, confirma que o alojamento na ilha é quase inexistente.
Segundo Alejandro Herrera, um trabalhador do hotel Valle de Aridane, os hotéis que podem abrir na área mais próxima do vulcão estão cheios: “85% dos nossos quartos são para pessoas evacuadas pelo vulcão, os outros 15% são preenchidos por turistas que vêm para ver a erupção”.
No passado fim de semana, a curiosidade dos turistas também obrigou os bombeiros e outros serviços de emergência a levar a cabo uma operação para tentar impedir que o fluxo de pessoas interrompesse as rotas de evacuação. O objetivo era evitar que o turismo atrapalhasse os resgates.
Os visitantes, ávidos por chegarem o mais perto possível da lava, podem também ser um perigo e aumentar o movimento nos hospitais, sobretudo por problemas respiratórios decorrentes da inalação de cinzas e gases.
https://zap.aeiou.pt/a-outra-face-da-tragedia-turismo-vulcanico-442401
“Estamos aqui há uma hora”, disse ao diário espanhol Juan Antonio Herrera, que vive em Tenerife.
“Os autocarros demoram meia hora a chegar ao outro lado. Há muito tempo que pensamos em vir, mas estávamos um pouco relutantes porque as pessoas estão a passar um mau bocado. Mas quando se vê que o resto da ilha está a convidar as pessoas a virem ver o vulcão, decidimos vir. É também uma forma de apoiar“, justificou.
Carmen Justiniana, uma boliviana de 50 anos, residente de Los Llanos de Aridane, discorda desta abordagem, depois de a lava ter engolido as quintas do seu irmão e as residências de vários amigos.
“Podem chamar-lhe espetáculo, mas para nós não é. Quanto dinheiro é que todas estas pessoas gastam e onde? Eu venho de Los Llanos e o centro está vazio, não se vê ninguém”, disse, em declarações ao El País.
“As pessoas que perderam as suas casas estão a tentar alugar“, mas os preços dispararam e agora é “mais difícil para elas”.
Um olhar sobre as plataformas de reserva de hotéis, como o Booking, confirma que o alojamento na ilha é quase inexistente.
Segundo Alejandro Herrera, um trabalhador do hotel Valle de Aridane, os hotéis que podem abrir na área mais próxima do vulcão estão cheios: “85% dos nossos quartos são para pessoas evacuadas pelo vulcão, os outros 15% são preenchidos por turistas que vêm para ver a erupção”.
No passado fim de semana, a curiosidade dos turistas também obrigou os bombeiros e outros serviços de emergência a levar a cabo uma operação para tentar impedir que o fluxo de pessoas interrompesse as rotas de evacuação. O objetivo era evitar que o turismo atrapalhasse os resgates.
Os visitantes, ávidos por chegarem o mais perto possível da lava, podem também ser um perigo e aumentar o movimento nos hospitais, sobretudo por problemas respiratórios decorrentes da inalação de cinzas e gases.
https://zap.aeiou.pt/a-outra-face-da-tragedia-turismo-vulcanico-442401
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