A
pandemia levou ao maior aumento numa década de pessoas ligadas à
internet, mas a diferença entre os países ricos e pobres continua
acentuada.
A pandemia causou também um impulso na conectividade e um aumento de 17% em relação a 2019 nas pessoas que já usaram a internet – o valor passou de 4.1 mil milhões para 4.9 mil milhões, refere o Washington Post.
O número de utilizadores global subiu mais de 10% no primeiro ano da crise pandémica, sendo este, de longe, o maior aumento anual na última década. Os confinamentos, o fecho das escolas e a necessidade de se recorrer a serviços de forma remota, como no caso dos bancos, explicam este aumento.
Esta subida anormal desde 2019 é “uma boa notícia para o desenvolvimento global”, segundo a União Internacional para as Telecomunicações, mas os números ainda mostram que “os mais pobres estão a ser deixados para trás“.
A covid-19 também tornou ainda mais evidente o impacto da desigualdade no acesso às tecnologias de comunicação no caso das crianças e dos trabalhadores que não têm condições de aceder à internet para as aulas à distância ou para o teletrabalho.
No caso de Portugal, dados de 2020 do Instituto Nacional de Estatística mostraram que uma em cada cinco crianças não tinha computador em casa. Em 2019, 94,5% dos agregados familiares com filhos até 15 anos tinham acesso à internet em casa, o que significa que mais de 5% dos jovens até esta idade não tinham este privilégio.
Na lista da ONU dos 46 países menos desenvolvidos, quase três quartos das pessoas nunca se ligaram à internet devido à pobreza, à iliteracia ou à inexistência de redes elétricas.
Os grupos demográficos mais afectados são os mais velhos, as mulheres e os habitantes de zonas rurais e a diferença entre os géneros é ainda mais notória nos países em desenvolvimento, onde quatro em cada cinco mulheres são “digitalmente excluídas”, refere o The Guardian.
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