A equipa de cientistas, liderada por Michael Kelly, investigadora da Universidade da Austrália Ocidental, anunciou as primeiras provas fisiológicas do sono em tubarões.
Segundo o Science Alert, os cientistas investigaram sinais de sono no tubarão Cephaloscyllium isabellum. A monitorização ao longo de 24 horas revelou que os níveis de oxigénio diminuíram durante os períodos de repouso, sendo que aqueles que se prolongaram por mais do que cinco minutos eram, de facto, sono.
“Os tubarões adormecidos não só reduzem a sua capacidade de resposta à estimulação, como também têm uma taxa metabólica mais baixa“, explicou Michael Kelly.
O portal escreve ainda que os tubarões fechavam os olhos durante o sono mais frequentemente durante o dia, o que sugere que os animais fecham os olhos por causa de fatores externos como a presença de luz e não devido ao estado de sono em si.
Durante a noite, 38% dos tubarões mantiveram os olhos abertos, mesmo quando outros indicadores sugeriam que estavam a dormir profundamente.
Para a equipa, o melhor indicador de um tubarão adormecido é a sua postura: enquanto dormiam, os Cephaloscyllium isabellum mantinham os seus corpos planos. Esta espécie de tubarão consegue permanecer imóvel durante longos períodos de tempo graças às suas bombas bucais que mantêm a água oxigenada a fluir através das suas guelras enquanto estão imóveis.
Outras espécies de tubarões, como a Carcharodon carcharias, não têm este músculo facial. Nadar para a frente permite-lhes empurrar água oxigenada para a boca e guelras, um mecanismo conhecido como “ventilação ram”.
Em 1970, um estudo revelou que os mecanismos de natação dos tubarões estão na medula espinal e não no cérebro, pelo que é possível que a maioria dos tubarões continue a nadar sem estar consciente.
Há ainda muitos aspetos do sono que continuam a ser um mistério para a Ciência, mas os cientistas acreditam que muitas destas respostas podem estar nos tubarões, dado que são uma das poucas espécies milenares que sobreviveram à Idade do Gelo e que ainda hoje estão connosco.
https://zap.aeiou.pt/mito-sobre-tubaroes-esta-errado-466451
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