A China tornou-se o primeiro país do mundo a ultrapassar a marca dos mil multimilionários, tendo neste momento um total de 1058 pessoas que têm a sorte de poder fazer parte desse grupo restrito.
De acordo com o canal estatal russo RT, esta foi a conclusão da “Hurun Rich List 2021“, publicada esta terça-feira. Atualmente, 1058 pessoas na China são multimilionárias, mais 259 do que no ano passado.
O segundo lugar é ocupado pelos Estados Unidos, com 696 multimilionários, e o terceiro pela Índia, com 177. Na lista seguem-se nações como a Alemanha (141), o Reino Unido (134), a Suíça (100) e a Rússia (85).
Com uma média de idades que ronda os 65 anos, 2312 multimilionários viram a sua riqueza aumentar durante o ano passado, dos quais 610 eram caras novas. Nesse período, 32 morreram e 282 fortunas permaneceram inalteradas, de acordo com o mesmo relatório.
“Apesar da interrupção causada pela covid-19, este ano viu o maior aumento de riqueza da última década”, disse Rupert Hoogewerf, presidente e investigador-chefe da empresa Hurun Report.
O mesmo responsável destacou que “o mundo nunca viu tanta riqueza criada num único ano” e lembrou que, no ano passado, apareceram oito novos multimilionários por semana devido ao boom das bolsas, impulsionado, em parte, pela “flexibilização quantitativa”.
“A velocidade de criação de riqueza é assombrosa”, disse ainda Hoogewerf, destacando o facto de apenas três pessoas terem somado, a título individual, mais de 50 mil milhões de dólares nesses 12 meses.
Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, viu a sua fortuna aumentar em 151 mil milhões de dólares. Seguem-se os multimilionários do comércio eletrónico Jeff Bezos, fundador da Amazon, e Colin Huang, da empresa Pinduoduo, que juntaram 50 mil milhões cada um.
“A este ritmo, é expectável que 50 ou mais ultrapassem a marca dos 100 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos”, acrescenta-se.
Por outro lado, a lista destaca que em 2020, apesar da guerra comercial com os Estados Unidos, a China agregou mais multimilionários do que o resto dos países juntos. E a diferença com o eterno rival aumentou ainda mais.
Ao mesmo tempo, milhões de pessoas continuam a viver sem nada. Há uns dias, num artigo de opinião publicado no jornal britânico The Guardian, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, destacou o facto de a “pobreza extrema estar a aumentar pela primeira vez em décadas“.
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