quarta-feira, 2 de junho de 2021

Nos EUA, há quem queira manter as máscaras, e os motivos vão além da saúde !

As máscaras têm proporcionado um alívio inesperado em relação às expectativas sociais, além de ajudarem as pessoas a evitar não só a covid-19, como outro tipo de doenças.

A máscara passou a fazer parte das nossas vidas. Há mais de um ano que este objeto de proteção individual é usado na rua, nos transportes públicos e até no trabalho, devido à pandemia de covid-19 que assolou o mundo inteiro.

Nos Estados Unidos, e de acordo com as indicações do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), as pessoas que tenham sido plenamente vacinadas contra a covid-19 já não precisam de usar máscara ou praticar distanciamento social em zonas interiores ou exteriores, exceto em casos específicos.

“A população completamente vacinada pode começar a fazer as coisas que parou de fazer por causa da pandemia”, anunciou Rochelle Walensky, diretora do CDC. “Todos esperámos por este momento em que podemos ter um pouco mais de normalidade.”

Mesmo assim, muitos cidadãos norte-americanos não se sentem prontos para largar as máscaras. E as suas razões vão além do simples quadro médico, noticia a NBC News.

Jaz Johnson tem 46 anos, mora no Missouri e faz parte dos 40% de cidadãos norte-americanos totalmente imunizados. Apesar de estar protegida, recusa abdicar da máscara uma vez que serve de escudo não só contra a covid-19, como também contra outros vírus.

Com a ajuda desta proteção, Jaz Johnson diz que conseguiu evitar os episódios de gripe e febre que costumava ter todos os anos, pela altura do inverno. A possibilidade de esconder as suas emoções é outro dos motivos invocados pela norte-americana para continuar a usar máscara no seu dia-a-dia.

A cadeia norte-americana realça que, para muitos, usar máscara torna-se uma forma de não ter de estar à altura das expectativas sociais. Representa uma espécie de “trégua” de uma sociedade que espera certos comportamentos, como o uso de maquilhagem, por exemplo.

Cassidy, de 35 anos, é um veterano da Marinha dos Estados Unidos que também deu o seu testemunho à NBC. Como sofre de transtorno de stress pós-traumático e agorafobia, a máscara é um “escudo” que lhe permite comportar-se de forma controlada “sem pensar no que estará a fazer o meu rosto ou no que alguém pode achar de mim”.

Baruch Fischhoff, investigador na Carnegie Mellon University, diz que manter o uso de máscara pode também ser interpretado como um gesto de apoio às pessoas que ainda não podem ser vacinadas, como as crianças.

Pode também ser o sinal de uma dúvida “compreensível”: “será ainda muito cedo para abdicar?

“A sensação de alívio vai-se construindo aos poucos, a um ritmo diferente para cada pessoa”, salienta Baruch Fischhoff.

https://zap.aeiou.pt/ha-quem-queira-manter-mascaras-405888

 

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