Uma equipa de físicos usou o maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC), na Suíça, para esmagar partículas de chumbo a uma velocidade quase impercetível. Era uma tentativa de recriar a primeira matéria do Universo – e foi bem sucedida.
Os cientistas recriaram a primeira matéria que apareceu após o Big Bang no Large Hadron Collider (LHC) do CERN. O plasma quark-gluão (QGP) apareceu durante uma minúscula fração de segundo, mas os cientistas conseguiram obter uma aparência sem precedentes.
Segundo o Futurism, a viscosidade do fluido primordial acabou por ser surpreendentemente semelhante à da água, o que levou a equipa a concluir que as partículas elementares que se formaram frações de segundo após o Big Bang podem ter fluído como água.
Alguns microssegundos após o início do Universo, o plasma quark-gluão, extremamente quente, arrefeceu rapidamente para formar os elementos que agora preenchem o Universo que conhecemos. Apesar de os cientistas conseguirem recriar esta gosma cósmica desde os anos 2000, só agora conseguiram observar como se comporta.
Tanto a viscosidade como a densidade são, tecnicamente, 16 ordens de magnitude maiores do que na água, mas a razão entre as duas é essencialmente a mesma. Isto significa que, apesar das suas diferenças, os dois fluidos fluirão da mesma maneira.
“Ainda não entendemos completamente a origem desta impressionante semelhança, mas achamos que pode estar relacionada com as constantes físicas fundamentais que definem o limite inferior universal de viscosidade para líquidos comuns e plasma quark-gluão”, explicou Kostya Trachenko, físico da Universidade Queen Mary de Londres.
Os resultados deste estudo, publicado no final de maio na SciPost Physics, podem redefinir a forma como interpretamos o período após o Big Bang.
“É concebível que o resultado atual possa fornecer uma melhor compreensão do plasma quark-gluão”, complementou Vadim Brazhkin, professor da Academia Russa de Ciências, que não esteve envolvido nesta investigação.
“A viscosidade em líquidos corresponde a um regime muito particular de dinâmica de líquidos que só entendemos muito recentemente”, acrescentou. “A semelhança com o plasma quark-gluão sugere que as partículas neste sistema exótico se movem da mesma forma do que na água da torneira.”
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