Uma equipa de cientistas criou um novo mapa de matéria escura que revela várias estruturas filamentares até então desconhecidas a conectar galáxias.
A matéria escura é uma substância indefinida que compõe cerca de 80% do Universo e a carcaça da teia cósmica – a estrutura em larga escala que, devido à sua influência gravitacional, dita o movimento das galáxias e de outros objetos cósmicos.
Acontece que a distribuição de matéria escura é, até agora, desconhecida, uma vez que a substância não pode ser medida diretamente. Em vez de a detetar, os cientistas devem inferir a sua distribuição com base na sua influência gravitacional sobre outros objetos cósmicos, como galáxias.
“Ironicamente, é mais fácil estudar a distribuição da matéria escura porque reflete um passado muito distante que é muito menos complexo”, disse Donghui Jeong, professor de Astronomia e Astrofísica na Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, citado pelo SciTechDaily.
“Ao longo do tempo, e à medida que a estrutura em larga escala do Universo cresceu, a complexidade do Universo aumentou, por isso é inerentemente mais difícil fazer medições de matéria escura localmente”, explicou ainda.
Recentemente, a equipa internacional de cientistas construiu um novo mapa de matéria escura e testou o modelo, usando um grande conjunto de simulações de galáxias, chamado Illustris-TNG.
Os investigadores selecionaram galáxias comparáveis à Via Láctea e conseguiram identificar as propriedades que são necessárias para prever a distribuição da matéria escura. Depois, aplicaram o modelo aos dados reais do Universo local do catálogo de galáxias Cosmicflow-3.
O portal refere que o catálogo contém dados completos sobre a distribuição e movimentação de mais de 17 mil galáxias nas proximidades da Via Láctea dentro dos limites de 200 megaparsecs.
O mapa resultante da teia cósmica local foi publicado na quarta-feira no Astrophysical Journal.
“Ter um mapa local da teia cósmica abre um novo capítulo de estudo cosmológico. Podemos estudar como a distribuição de matéria escura se relaciona com outros dados de emissões, o que nos ajudará a entender a natureza da matéria escura. E podemos estudar diretamente essas estruturas filamentares, essas pontes ocultas entre galáxias“, rematou Jeong.
Os cientistas desconfiam que a nossa Via Láctea e a galáxia Andrómeda podem estar a mover-se lentamente em direção uma à outra. No entanto, ainda não se sabe se vão colidir daqui a milhares de milhões de anos.
Estudar os filamentos da matéria escura que interligam as duas galáxias poderia fornecer detalhes importantes sobre o futuro.
https://zap.aeiou.pt/pontes-ocultas-entre-galaxias-405579
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