Uma startup da Califórnia ensinou um computador a “provar” vinho e está a usar a tecnologia para ajudar os vinicultores a melhorar os seus produtos e atrair novos clientes.
Katerina Axelsson, fundadora da empresa, revela que a Tastry usa Inteligência Artificial para analisar “dezenas de milhares de vinhos por ano”, gerando uma grande quantidade de dados para ajudar os vinicultores e comerciantes a direcionar os seus produtos de forma mais eficaz.
A ideia de Axelsson surgiu quando, enquanto estudante de química, esteve a trabalhar numa região vinícola, onde detetou “idiossincrasias” na avaliação do vinho.
A jovem começou a analisar amostras de vinho, identificando milhares de compostos. Através do uso da Inteligência Artificial, Axelsson pôde ver de que forma os compostos interagiam uns com os outros, criando o perfil de sabor do vinho.
Assim, pegou nesse perfil e usou a aprendizagem da máquina para comparar o seu sabor, aroma, textura e cor com outros vinhos no banco de dados.
O método permitiu que Axelsson desenvolvesse uma aplicação – a BottleBird – que faz a recomendação de vinhos e que foi lançada em 2019.
Através de um questionário, os consumidores podem inserir as suas preferências de sabor, e o software irá recomendar o vinho mais adequado.
Atualmente, a Tastry trabalhar diretamente com vinicultores nos Estados Unidos. As marcas pagam para que a sua garrafa seja analisada “e em troca têm acesso ao que chamamos de painel de insights, onde podem identificar como o seu vinho é recebido no mercado de oportunidade”, explica Axelsson.
Contudo, tal como diz a CNN, a inovação está a mergulhar num mundo que ainda é mundo ligado à tradição, por isso existem alguns crítico a esta abordagem algorítmica.
“É como ter um computador a analisar uma obra de arte”, diz Ronan Sayburn, diretor de vinhos do 67 Pall Mall, um clube privado em Londres.
Sayburn admite que a tecnologia pode ser útil para amadores, mas “quando se trata de algo que é um assunto muito emotivo, acho que deve haver contacto humano”, reitera.
Por sua vez, Axelsson concorda que o método não substitui um enólogo, mas justifica que este torna torna possível analisar mais vinhos ao longo de um ano do que um ser humano conseguiria.
Ainda este ano, a empresa irá começar a oferecer os seus serviços na Europa.
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