Um fungo, chamado Massospora, está a assumir o controlo dos corpos das cigarras e a produzir catinona, uma anfetamina que faz com que os insetos acasalem mais do que o normal.
Após 17 anos no subsolo, as cigarras estão a emergir lentamente em 15 estados norte-americanos. Os animais vão passar entre quatro e seis semanas a acasalar.
No entanto, segundo o NPR, alguns insetos estão mais selvagens na sua curta vida à superfície. Tal deve-se a um fungo chamado Massospora, que pode produzir compostos de catinona, uma anfetamina que infeta um pequeno número de cigarras e as faz perder o controlo.
“Isto é mais estranho do que a ficção”, disse o micologista Matt Kasson, da West Virginia University, ao portal. “Ter algo que está a ser manipulado por um fungo, ser hipersexual, ter resistência prolongada e acasalar como um louco.”
O fungo esconde-se no solo à espera que as cigarras saiam. Quando as ninfas emergem, algumas ingerem o fungo, que é ativado por uma hormona. Dentro do corpo, o Massospora consome o interior da cigarra e cresce até romper o exoesqueleto do animal. Os órgãos genitais caem e são substituídos por uma grande bola branca de esporos.
O fungo faz com que as cigarras queiram acasalar com todos os parceiros possíveis. Os machos infetados continuam a acasalar com as fêmeas, mas também fingem ser fêmeas para que possam espalhar ainda mais o fungo.
Massospora “é sexualmente transmissível“. Contudo, está em causa “uma tentativa falhada de acasalamento, porque não há genitália”.
Enquanto as cigarras periódicas recebem um impulso do estimulante catinona, as cigarras anuais ficam cheias de psilocibina, a mesma substância química encontrada nos cogumelos psicadélicos.
Kasson estima que o fungo infete menos de 5% das cigarras e, pelo que se sabe, os insetos não sentem dor.
https://zap.aeiou.pt/um-fungo-enlouquecer-as-cigarras-405650
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