terça-feira, 4 de agosto de 2015

Investigar o chulé para combater a malária

A investigadora holandesa Renate Smallegange está a estudar a composição do chulé, razão do mau cheiro dos pés, para melhorar o combate contra a malária. Descubra porquê.
A investigação debruça-se, basicamente, sobre a composição detalhada da sujidade dos pés (que parece atrair o mosquito), na esperança de descobrir métodos que possam eliminar os insetos responsáveis pela transmissão da infeção que causou a morte a 580 mil pessoas num ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O pé de um indivíduo possui à volta de 600 glândulas sudoríparas por centímetro quadrado, centenas a mais do que as presentes nas axilas. Essas glândulas segregam glicose, sais, vitaminas que servem de alimento a essas bactérias. Ora, chegando às que causam o mau cheiro que atrai o mosquito será dado um passo de gigante na pesquisa.
Os investigadores ingleses da Universidade de Loughborough destacam a existência de cinco grupos de bactérias e, entre estes, a presença dos estafilococos, pelos vistos, os que expelem uma substância química chamada ácido isovalérico a ter em conta para o alvo deste estudo.
Curiosamente, refere ainda o artigo da BBC, descobriu-se que o aroma chave para a resolução do problema tem um cheiro próximo ao de um determinado queijo belga.
Existia, porém, um entrave à investigação. Essas bactérias convivem lado a lado com microrganismos que são protetores de infeções. Eliminar uns significa eliminar outros. Smallegange recorreu então a um estudo japonês recente que dá conta de que três substâncias descobertas em frutas cítricas podem eliminar os estafilocos sem dar cabo dos organismos úteis.
Posto isto, Smallegange descobriu que quem produzir mais estafilococos tende a ser a vítima do mosquito transportador do parasita da malária e que o caminho a seguir é estudar essas bactérias em particular.
Este estudo pode ajudar a criar armadilhas para apanhar o mosquito a partir de meias sujas ou até recorrendo simplesmente ao tal queijo belga. Smallegande espera poder reproduzir o mau cheiro, isolá-lo em frascos, e aproveitá-lo em benefício da saúde.
 

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