A pandemia de covid-19 está a fazer com que vários cientistas
tenham de interromper as suas investigações. Isto leva a que anos de
pesquisa sejam perdidos para sempre.
Este é o caso de Cullen Taniguchi, investigador no MD Anderson Cancer
Center, en Houston, nos Estados Unidos. No dia 22 de março, Taniguchi
recebeu um email a informar que teria de abandonar a sua investigação de seis anos sobre novas formas de tratar o cancro pancreático.
Em causa está uma medida da administração para conter a disseminação do novo coronavírus.
A equipa teve apenas 24 horas para encerrar o laboratório, algo que
podia danificar as células de pacientes em incubadoras que usa para
realizar experiências. Algumas delas são modificadas, tornando-as, nas
palavras de Taniguchi, “únicas no mundo”.
Foram tomadas medidas para congelar e preservar estas células que
demoraram anos a desenvolver. No entanto, isto pode não ser suficiente.
“Quando as descongelamos, elas nunca mais são as mesmas“, explica o cientista. “Precisamos de passar alguns anos a deixá-las como elas estavam antes”.
Segundo o OneZero,
Taniguchi estima que vários anos de investigação científica foram
perdidos só no seu laboratório. “Acho que ainda há malta com
dificuldades em lidar com isto”, lamentou.
“Muitos cientistas terão problemas dentro de alguns anos”,
diz ainda Taniguchi. “A sociedade tem uma memória muito curta. As
instituições têm uma memória muito curta. Então, dentro de alguns anos,
seria surpreendente para mim ver um grande e justo desgaste de
cientistas que passaram por isto agora. É uma situação muito triste”.
https://zap.aeiou.pt/anos-progresso-cientifico-perdido-318477
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