Pesquisadores descobriram indícios de uma diferença entre o comportamento dos neutrinos e antineutrinos. Isso, por sua vez, poderia ajudar a demonstrar porque existe tanta matéria em relação à antimatéria no universo – e, por sua vez, como tudo o que nos rodeia se formou.
Um dos maiores desafios na compreensão do universo surge do fato do Big Bang
ter criado o universo com quantidades iguais de antimatéria e matéria.
Observações do cosmos, no entanto, mostram que ele é feito de matéria – e
os pesquisadores têm se esforçado para explicar para onde pode ter ido a
antimatéria perdida.
Para explicar a existência do universo, os cientistas pensam que deve
haver algo diferente sobre matéria e antimatéria, o que explicaria
porque o universo parece favorecer um ao invés do outro. A inovação pode
revelar de onde veio essa assimetria.
As novas descobertas vêm do experimento T2K no Japão. Lá,
pesquisadores de um detector observam neutrinos e antineutrinos que são
gerados a quase 300 quilômetros de distância no Complexo de Pesquisa do
Acelerador de Prótons do Japão.
À medida que viajam entre os dois, e através da Terra, as partículas
alternam entre diferentes propriedades conhecidas como “sabores”. A nova
pesquisa mostrou que os neutrinos e antineutrinos fazem isso,
observando o sabor que as diferentes partículas tinham quando foram
criadas.
Após nove anos de tais observações, o experimento descobriu que há
algo diferente entre as partículas fundamentais, o que poderia ajudar a
explicar a diferença que é vista através do universo, embora alertem que
mais pesquisas são necessárias para confirmar as descobertas.
Laura Kormos, professora sênior de física da Universidade de
Lancaster, chefe do grupo de física de neutrinos de Lancaster e
pesquisadora do T2K, disse:
Nossos dados continuam sugerindo que a natureza prefere quase o valor máximo da assimetria para esse processo. Seria como a Mãe Natureza ter essas partículas minúsculas, aparentemente insignificantes e difíceis de estudar, como sendo o motor da existência do universo.
Se for confirmado, e mais experimentos planejados forem adiante, a
descoberta poderá ajudar a encontrar a chamada antimatéria desaparecida,
que intriga os cientistas, enquanto eles procuram uma explicação da
estranha incompatibilidade em todo o universo e a origem do cosmos.
O novo estudo, “Constraint on the matter–antimatter symmetry-violating phase in neutrino oscillations”
(Restrições à fase de violação de simetria matéria-antimatéria nas
oscilações de neutrinos) foi publicado na última edição da Nature.
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