A
procura por vida extraterrestre é certamente uma das tarefas mais
importantes assumidas por nós humanos. Porém, o cosmos é vasto e não
temos a mínima ideia de quais lugares são realmente habitáveis. Mas e se
você pudesse almejar de forma mais precisa o local de procura?
Construímos o primeiro modelo cosmobilógico
de mapeamento das galáxias no nosso Universo, para nos ajudar a
compreender quais são habitáveis. Surpreedentemente, descobrimos que a
nossa própria galáxia não era a melhor candidata.
Ingredientes para a habitabilidade
Tomando
a nossa compreensão de ‘zonas habitáveis’ dentro de uma galáxia,
propusemos que a habitabilidade geral de qualquer galáxia depende de
três critérios astrofísicos chave. Um é simplesmente o número total de
estrelas capazes de hospedar planetas, os quais sejam aproximadamente
relacionados ao tamanho da galáxia. Outro é a quantidade total de
blocos de construção de planetas e vida – tais como o carbono, o
oxigênio e o ferro – assim chamados de ‘metais’ astrofísicos. O último é
a influência negativa das explosões de supernovas, cujas radiações
poderosas (e venenosas) poderiam potencialmente inibir a formação e
evolução da vida complexa em planetas próximos.
De forma interessante, a maior pesquisa de seu tipo já implementada, dados da Maior Pesquisa Digital do Céu,
mostra exatamente estas três propriedades chave para mais de 150.000
galáxias próximas. Estes dados mostram que as galáxias maiores possuem a
maior quantidade de metais. Peneirando através destes dados,
descobrimos que galáxias gigantes, as quais possuem uma forma
arredondada, ao invés de braços espiralados como a nossa via Láctea,
vencem o título de ‘mais prováveis de serem habitáveis’. Na verdade,
cada gigante elíptica, que tem o tamanho aproximado de duas vezes a Via
Láctea e possui um décimo da taxa de supernovas, poderia potencialmente
hospedar 10.000 vezes mais planetas habitáveis como a Terra.
Os resultados, publicados no Astrophysical Journal Letters, também mostram que a maioria destes planetas permanece intocável pela radiação nociva.
Esta
é a primeira computação que discute a vida em escalas cosmológicas, ao
invés de somente dentro de galáxias individuais, como a Via Láctea.
Assim, o modelo abre uma nova avenida, estendendo a compreensão da
habitabilidade ao redor de estrelas individuais para uma verdadeiro
contexto ‘cosmobiológico’, o qual nos permite discutir a habitabilidade
de todo o Universo.
Umas
das características mais atraentes do modelo é que os dados
utilizados incluem toda a história de todas as galáxias no Universo que
conseguimos ver ao nosso redor. O relacionamento entre um número de
estrelas, a quantidade de metais e a taxa de explosões de supernovas
essencialmente agem como a ‘impressão digital’, unicamente
identificando a forma com que uma dada galáxia é formada. Este é a
pedaço de informação que precisamos para a compreensão das mudanças da
habitabilidade galáctica, a qual faltava neste campo.
Estamos na galáxia errada?
Por
todos os cálculos, a nossa Via Láctea é uma típica galáxia espiral de
tamanho médio, que produz uma estrela como o nosso Sol a cada ano,
aproximadamente. Devido ao fato de que as galáxias elípticas são muito
mais hospitaleiras aos planetas habitáveis, levanta-se a questão
interessante se a vida aqui na Via Láctea é somente um capricho da
natureza.
Ou a presença de vida em pelo menos um planeta na Via
Láctea implica no fato de que estas grandes galáxias elípticas poderiam
estar absolutamente fervilhando com vida?
Uma desvantagem é a de que a galáxia elíptica mais próxima da Via Láctea, chamada de Maffei1,
está tão distante, que qualquer sinal de rádio apontado para este
vizinho cósmico demoraria 9 milhões de anos para nos alcançar.
Pesquisas, tais como as do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence),
que continuamente mapeia os céus à procura e sinais anômalos, poderiam
um dia detectar tais sinais no futuro; uma chamada para nós de um
vizinho (não tão) próximo.
https://www.ovnihoje.com/2020/06/20/abre-alas-via-lactea-galaxias-elipticas-sao-as-mais-habitaveis-no-universo/
Sem comentários:
Enviar um comentário