As cabras podem ser geneticamente modificadas para ajudar a
produzir um medicamento comum contra o cancro no seu leite, podendo
levar a uma redução dos custos de produção.
Uma equipa de investigadores neozelandeses está a testar um método
pouco ortodoxo no combate contra o cancro. Os cientistas estão a
modificar geneticamente cabras para produzirem no seu leite o anticorpo de um medicamento comum usado no tratamento contra o cancro.
“Os anticorpos são as principais armas do nosso sistema imunológico”,
explica Goetz Laible, coautor do estudo pré-publicado este mês no
portal bioRxiv. O anticorpo em que os cientistas se focaram é um tipo de
anticorpo monoclonal, chamado cetuximab.
“O potencial terapêutico deles reside na sua capacidade
extraordinária de definir um alvo que, no caso de uma terapia
anticancro, pode explorar diferenças entre células cancerígenas e
células normais”, disse Laible em declarações ao Newshub.
O facto de este anticorpo monclonal poder ser produzido em leite de
cabra constitui um avanço importantíssimo, já que permite uma redução dramática dos custos. O medicamento conhecido como Erbitux tem um processo de produção altamente caro, salienta a revista New Scientist.
Para conseguir este feito, os cientistas inseriram genes especiais no genoma
das células de cabra. Depois criaram cabras a partir dessas células,
que mostraram ser capazes de produzir o anticorpo no seu leite.
“Além desta mudança no leite, as cabras envolvidas são animais normais e saudáveis”, ressalvou Laible.
“Os nossos animais têm um excelente estado de saúde e estão livres de
muitas doenças animais perigosas que são comuns em muitos outros
países. Adicionando a experiência líder da Nova Zelândia em genética de
animais de criação e tecnologias reprodutivas, capacidade de
processamento de leite de qualidade e sistemas agrícolas eficientes,
isto mostra a oportunidade que poderia oferecer à Nova Zelândia”,
acrescentou o coautor.
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