O próximo alvo de estudo da NASA é Tritão, a estranha lua de
Neptuno. A agência espacial norte-americana quer enviar uma missão
chamada Trident para analisar o satélite natural, que pode estar repleto
de géiseres de nitrogénio no seu hemisfério sul.
A eventual existência de géiseres de nitrogénio no hemisfério sul de
Tritão foi revelada pela abordagem mais próxima da missão Voyager 2 da
NASA a Tritão, em 1989. Um sobrevoo de Trident em 2038 poderia contar
muito mais sobre a origem desse vulcanismo.
Porém, primeiro, a missão deve ser selecionada para financiamento total no próximo verão.
Em declarações à revista Forbes, Louise Prockter,
diretora do Instituto Lunar e Planetário da Associação de Universidades
de Investigação Espacial, disse que está particularmente intessada na
forma como as formas bizarras de Triton são criadas e se esta estranha
lua contém um oceano.
Tritão é a maior das 13 luas conhecidas de Neptuno e
terá migrado do Cinturão de Kuiper, uma vasta região de corpos gelados
além de Neptuno que se acredita serem restos de relíquias da formação do
nosso próprio Sistema Solar.
Neptuno e Tritão giram em direções opostas, de
forma diferente de qualquer outra grande lua no Sistema Solar. De acordo
com a investigadora, acredita-se que isto acontece porque Tritão foi
capturado no início da sua história, levando a uma órbita altamente
inclinada para trás. Se Tritão se tivesse formado em torno de Neptuno,
estaria a orbitar na mesma direção do que planeta.
Prockter disse ainda que a missão Trident ajudaria os cientistas planetários a comparar Tritão com objetos que ainda permanecem no Cinturão de Kuiper
praticamente inalterados. Isso, por si só, ajudará os investigadores a
entender que processos geológicos estão ativos em vários corpos dentro
do Sistema Solar.
Sendo a sétima maior lua do Sistema Solar, acredita-se que Tritão
tenha um núcleo, manto e crosta distintos, com um interior
suficientemente quente para gerar alguma forma de vulcanismo de superfície.
Com um diâmetro de 2.703 quilómetros, pensa-se que Tritão tenha uma
crosta de nitrogénio congelada que cobre um manto gelado que, por sua
vez, cobre um núcleo de rocha e metal.
A atmosfera fina de Tritão é composta por nitrogénio com pequenas quantidades de metano e, provavelmente, origina-se através da sua atividade vulcânica, que é impulsionada pelo aquecimento sazonal do Sol.
No entanto, Tritão é um dos objetos mais frios do Sistema Solar.
É tão frio que a maior parte do seu nitrogénio se condensa como geada,
criando um brilho de superfície gelada que acaba por refletir até 70% da
luz solar que o atinge.
Grande parte do norte de Tritão parece suave, possivelmente através
do ressurgimento vulcânico generalizado. A porção inferior da lua mostra
uma espécie de terreno ondulado. Como existem tão
poucas crateras visíveis na superfície, os cientistas pensam que a
superfície não tem mais de 50 milhões de anos e, possivelmente, pode ter
10 milhões de anos.
O lançamento proposto pela NASA em outubro de 2025 tiraria vantagem de uma janela de 13 anos, permitindo que a sonda usasse a força gravitacional de Júpiter para se projetar para Tritão. O objetivo seria percorrer a atmosfera superior e mapear a maior parte da superfície da lua.
A Voyager 2 apenas fotografou cerca de 40% deste corpo distante e misterioso.
https://zap.aeiou.pt/mundo-estranho-nasa-tritao-neptuno-330523
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