Plutão,
um pequeno mundo gelado que habita os confins do sistema solar, pode
ter nascido como um lugar mais quente, abrigando um oceano subterrâneo
que ainda existe hoje, disseram pesquisadores na segunda-feira (22).
Uma análise de imagens de sua superfície obtida em 2015 pela sonda New Horizons
da NASA e simulações de computador do interior do planeta anão levou os
pesquisadores a propor um cenário de ‘início quente’ para a formação de
Plutão há cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, quando o sistema solar,
inclusive a Terra, tomou forma.
Carver Bierson, cientista
planetário da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, principal autor
da pesquisa publicada na revista Nature Geoscience, disse:
Quando Plutão estava se formando, um novo material teria entrado e impactado sua superfície. Cada impacto é como uma explosão que aqueceria a área próxima.
Se Plutão se formasse lentamente, a superfície esfriaria entre cada impacto e geralmente permaneceria muito fria. Se Plutão se formou rapidamente, você teve um impacto em cima do impacto e a superfície não teve tempo para esfriar. Calculamos que, se Plutão se formou em menos de 30.000 anos, o calor desses impactos poderia ter sido suficiente para ter gerado a um oceano primitivo.
O
planeta anão, orbitando o Sol cerca de 40 vezes mais longe que a Terra
em uma região chamada Cinturão de Kuiper, pode possuir uma concha
externa gelada com centenas de quilômetros de espessura no topo de um
oceano de água, talvez misturado com sais e amônia, com um núcleo
rochoso sólido abaixo, disse Bierson.
Rachaduras na superfície podem ser causadas pelo congelamento da água
Nesse
cenário, partes do oceano congelariam gradualmente com o tempo. A água
se expande à medida que congela, e rachaduras na superfície de Plutão
podem ser evidências disso. A temperatura da superfície de Plutão é de
cerca de -230 C.
Como a água é considerada um ingrediente vital
para a vida, um oceano subterrâneo pode fazer de Plutão um candidato de
longa data por abrigar organismos vivos.
Bierson ainda disse:
A água poderia estar interagindo quimicamente com o núcleo rochoso sob o oceano, dando a você mais ingredientes químicos para trabalhar. Esses são os ingredientes certos para a vida? Nós não sabemos. Precisamos aprender mais sobre como a vida se forma, ou como a vida pode se formar, para encontrar essas respostas.
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