Um painel de especialistas determinou que a edição genética
só deve ser usada na prevenção de doenças sérias causadas pela mutação
de um único gene.
As ferramentas de edição genética têm um tremendo potencial não só no
tratamento mas também na prevenção de doenças. Com uma pequena
alteração no código genético de um embrião poderá ser possível fazer com
que o bebé – e as gerações que dele advenham – fiquem livres de certas
doenças.
As perspetivas são, pelo menos para já, meramente utópicas. Um novo relatório de uma comissão internacional de cientistas e especialistas em ética realçou que a tecnologia que temos ao nosso dispor ainda não é suficientemente madura para fazê-lo em segurança.
Os autores concluem que os embriões humanos geneticamente modificados
não devem ser usados para gravidezes até que os cientistas possam
estabelecer quais as edições genéticas que podem ser feitas sem efeitos
indesejados.
Mesmo depois, a edição genética só deve ser usada na prevenção de doenças sérias causadas pela mutação de um único gene. Exemplo disto são a fibrose quística, a anemia falciforme, a distrofia muscular ou a doença de Tay-Sachs.
Nestes casos, explica o portal OneZero, a edição do embrião deve ser usada para ajudar casais com pouca ou nenhuma probabilidade de ter um filho saudável.
“No caso da edição do genoma hereditário, essas edições podem ser
passadas para as gerações subsequentes”, disse o copresidente da
comissão Richard Lifton. “Isso dá a esta tecnologia um alcance incomum que vai além do indivíduo que recebeu a edição”.
O painel de especialistas desta comissão foi formado em 2019, após o cientistas chinês He Jiankui ter ajudado a criar os primeiros bebés geneticamente manipulados do mundo. Jiankui foi, mais tarde, condenado a três anos de prisão pela experiência.
Agora, o biólogo russo Denis Rebrikov, da Pirogov Medical University de Moscovo, anunciou este mês que planeia modificar geneticamente embriões humanos, numa tentativa de prevenir a surdez congénita.
Vários cientistas continuam convencidos de que é uma má ideia. Uma
equipa internacional de médicos criou a Comissão Internacional sobre o
Uso Clínico da Edição do Genoma da Linha Germinal Humana.
https://zap.aeiou.pt/doencas-prevenidas-edicao-genetica-345910
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